terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Mente define personalidade de acordo com a roupa que vestimos

Usar minissaia ou um decote muito revelador numa entrevista de emprego pode passar a ideia errada sobre sua personalidade. Um estudo mostra que quanto mais pele deixamos à mostra, mais passamos uma imagem de desorganização e incompetência. A novidade, segundo os pesquisadores da Universidade de Maryland, é que o que até então era válido apenas para as mulheres, vale também para os homens.

“Parece absurdo que a quantidade de roupa que estamos vestir possa determinar a capacidade de uma pessoa. Mas em diversos testes mostramos que algo aparentemente subtil, como tirar um suéter – ou seja, mostrar mais pele –, pode mudar a forma como a nossa mente percebe essa pessoa”, explica o psicólogo Kurt Gray, autor do estudo.

De acordo com Gray, este mesmo efeito pode acontecer mesmo sem a remoção de uma única peça. “Simplesmente o foco na atractividade de uma pessoa, em essência, concentrando-se em seu corpo em vez de sua mente, faz você vê-la como alguém menos convergente e mais divergente”.

Objetivação x dois tipos de mente

Anteriormente, a razão defendida para que as mulheres evitassem roupas curtas ou decotadas, não apenas de acordo com estudos, mas também opinião popular, era a de que os homens se concentrariam apenas em seu corpo e esqueceriam sua inteligência. Segundo a teoria da objetivação, objetivar é quando o ser humano – geralmente a mulher – é vista sob um contexto sexual, com foco nas características físicas, transformando-o em um objeto irracional e imoral.

No entanto, estudos recentes indicam que nossa mente nos classifica em duas categorias: os convergentes e os divergentes. Nos convergentes predomina o lado esquerdo do cérebro. A principal característica é a capacidade de agir, planejar e exercer o autocontrole. Já nos divergentes predomina o lado direito do cérebro e as características principais são a desorganização e a impulsividade. E isso vale tanto para homens quanto para mulheres.

Em diversos testes, Gray e sua equipe mostraram que, independentemente do gênero, quando o foco dos participantes se deu sobre a aparência de uma pessoa, eles passaram a classificá-la mais com as características divergentes e menos com as características convergentes.

Para o autor, isso acontece porque as pessoas inconscientemente pensam na aparência e inteligência de forma distinta ou mesmo oposta. Ou seja, alguém mais desinibido “deve” ser mais impulsivo e sentimental, enquanto uma pessoa mais recatada “deve” ser mais responsável e capaz – estas últimas, características que contam muito no ambiente de trabalho, por exemplo.

Mas ele ressalta: “mostrar pele não é algo ruim. Como no contexto acadêmico se ressalta a capacidade de organização e autocontrole, as características divergentes parecem ser ruins. Mas não são”, conclui.
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com informações da University of Maryland

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