A nova autoestrada, que deverá estar concluída no final de 2011, corresponderá em geral à duplicação do atual IP4, entre Vila Real e Bragança, numa extensão de 130 quilómetros.
"O mais complicado" neste projeto é fazer coincidir as duas vias, segundo disse hoje o diretor geral da concessionária "Autoestradas XXI", Rodrigues de Castro, num seminário para estudantes de Engenharia Civil do Instituto Politécnico de Bragança.
Para alargar o IP4, e conferir-lhe um perfil de autoestrada com duas faixas de rodagem em cada sentido, algumas curvas vão manter-se "com os limites um pouco acima do que seria ideal", segundo disse.
"Há situações em que a inclinação não é a ideal e o raio de curvatura vai ficar mais apertado", afirmou, não sabendo concretizar em quantos casos, quando questionado pelos jornalistas no final do seminário.
Um dos pontos que integra a atual lista da sinistralidade e que é para manter é o viaduto sobre o rio Tinhela, na zona de Murça, que já foi palco de um acidente mortal envolvendo um camião que caiu no rio.
O diretor geral da autoestrada explicou que o atual viaduto mantém-se com alterações no acesso e servindo apenas o sentido Vila Real-Bragança, enquanto que para a direcção inversa será construído paralelamente um novo.
Rodrigues de Castro assegura, contudo que "a futura autoestrada é muito boa tanto no perfil como nas inclinações de um modo geral" e não acredita no aparecimento de novos focos de sinistralidade numa via que tem como um dos objectivos combater os números que já levaram a apelidar o IP4 de "estrada da morte".
O diretor geral disse estar convencido de que "os cidadãos sabem que não se pode andar a mais de 120 quilómetros na autoestrada" da mesma forma que "sabem que não se pode andar a mais de 90 no IP4".
Porém reconhece que foi com "grande espanto" que verificou, no controlo diário de tráfego, que "há carros a andarem a uma velocidade de 240 quilómetros" por hora no itinerário
"É uma velocidade não diária, mas frequente", afirmou.
Outro constrangimento para a nova estrada é a da neve que no último inverno encerrou várias vezes a principal via de Trás-os-Montes e obrigou a gastar "oito vezes" mais sal do que em anos anteriores para tornar o piso transitável.
A concessionária dispõe de três limpa neves, que promete serão em maior número quando a autoestrada estiver ao serviço.
Durante mais de dois anos aqueles que circulam no IP4, que liga o Porto à fronteira em Bragança, vão ser obrigados a fazer desvios pontuais para a antiga estrada nacional 15 já que à medida que as obras de duplicação forem avançando o itinerário ficará intransitável nos respetivos troços.
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