terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Bombeiros descartam responsabilidades no atraso ao socorro a guarda-redes

A polémica foi espoletada há uma semana, num jogo de futebol entre os Africanos do Instituto Politécnico de Bragança e o Argozelo. Zé Luís, guarda-redes dos estudantes, chocou com um avançado do Argozelo e ficou bastante mal-tratado devido ao forte impacto na cervical. 

No campo, temeu-se um traumatismo craneano, até porque o jogador apresentava sinais de desorientação, enjoo e muitas dores. De imediato ficou decidido chamar o INEM. No entanto, o socorro demorou 25 minutos a chegar. Às chamadas para o 112, os operadores respondiam que o socorro estava a caminho mas a verdade é que à central dos bombeiros de Bragança, situada a poucos minutos do estádio do IPB, tardou em chegar a ordem de saída. 

“A comunicação chegou-nos às 15h41, como se pode comprovar pelos registos, e chegámos ao local quatro minutos depois, como também se pode comprovar”, esclareceu José Fernandes, comandante dos bombeiros de Bragança, ao Mensageiro.

No local, a primeira chamada tinha sido feita 20 minutos antes, às 15h20.
“Não é anormal acontecer uma situação destas. O socorro é sempre muito mais demorado com o circuito da maneira que está montado”, queixa-se José Fernandes.

Habitualmente, as chamadas para o 112 são atendidas pela PSP que as reencaminha para o Centro de Orientação de Doentes Urgentes do Porto que, depois, as encaminha para os postos de socorro.
Por isso, José Fernandes não se conforma. “Podia ter sido uma situação muito grave. Vinte e um minutos de demora no socorro podem significar a diferença entre a morte e a vida. E nós temos todos os meios para atuar”, frisa, preocupado com os danos que estas situações podem causar às vítimas e à imagem dos bombeiros. “Fizemos mais de três mil saídas de emergência durante 2013 e não tivemos uma queixa. E isto atrasa-nos. Eles (INEM) querem dominar o socorro no país”, conclui.

O Mensageiro procurou obter uma reção do Gabinete de Comunicação do INEM o que, até ao fecho desta edição, não foi possível.

Para a história fica “um grande susto - o segundo”, para Zé Luís, que, para já, aos 38 anos, vai fazer uma pausa na carreira. “Agora estou bem mas os primeiros dias a seguir foram muito complicados”, admitiu o jogador ao Mensageiro.

1 comentário:

davide costa disse...

E quando alguem tenta apurar responsabilidades ou saber o que aconteceu nunca foi nada do que se falou e correu tudo como o estipulado.