quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Exclusivo Bombeiros.pt: Adjunto Nacional exige que associações humanitárias se responsabilizem pela compra de “mau material”

IMG_5922Foi durante o debate de encerramento do Curso de Segurança Pessoal em Incêndios Florestais que Carlos Guerra, Adjunto de Comando Nacional, respondeu de forma incisiva e sem contornar as questões desconfortáveis deixadas pelos intervenientes.

Neste ponto, e perante a questão de um dos participantes que lhe perguntou o que estava a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) a fazer em relação aos Equipamentos de Protecção Individual (EPI) de fraca qualidade, Carlos Guerra anunciou que o Presidente da ANPC, perante a grande discussão social e institucional, decidiu requerer uma inspecção aprofundada ao tipo e qualidade de material que estava a ser comercializado e comprado pelas Associações Humanitárias para utilização pelos bombeiros portugueses. Para além disso, acrescentou, “a Direção Nacional de Bombeiros (DNB) ficou incumbida de «obrigar» a que a normativa que rege o vestuário seja equivalente, de forma única, às Normas Internacionais”, isto por causa de uma nota que permitia a compra de material equivalente e não o aconselhado. E aqui lançou uma crítica directa e sem eufemismos a todas as associações humanitárias que compram material de segunda qualidade, afirmando que neste ponto “quem compra EPI é responsável pelo material que compra”. Ainda em relação a este ponto, e perante a afirmação de um Comandante que informou os presentes que por vezes vê bombeiros equipados de forma completamente aleatória e não se sente bem em dizer-lhes nada porque não são “homens dele”, o Adjunto Nacional abordou-o directamente e disse-lhe que “o senhor não é só comandante dos seus bombeiros é comandante dos bombeiros de Portugal, logo tem obrigação de intervir em casos desses” que desrespeitem o bom nome dos bombeiros.

Para além da discussão em torno dos EPI, o Adjunto Nacional também fez uma análise muito negativa à actuação dos Kamov, meios aéreos que são do estado, e à gestão dos pilotos de helicóptero que combatem incêndios, reconhecendo que é impossível dar formação a pilotos que só vêm a Portugal uma ou duas semanas por ano e numa fase em que têm de estar obrigatoriamente dentro dos meios aéreos. Deixou, no entanto, uma certeza aos participantes: “utilizem o meio aéreo em Ataque Inicial para fazer os revis (análise aérea ao Teatro de Operações) as vezes que quiserem para impedir que seja feita uma má avaliação!”

E terminou com um apelo a todos para que se consiga sensibilizar a comunidade escolar para um comportamento cívico exemplar. Deixando no ar uma questão: “porque não há nas escolas portuguesas uma disciplina de cultura cívica?” Quem sabe esta questão tenha sido lançada à atenção dos responsáveis pela política educacional do país.

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