sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Direção dos bombeiros bateu com a porta

O mal estar já se vinha arrastando desde o início do mandato, com um divórcio evidente entre a direção da Associação Humanitária dos Bombeiros de Macedo de Cavaleiros e o seu corpo ativo. Mas, agora, a falta de apoios institucionais e a degradada situação financeira da corporação, com cerca de 200 mil euros de dívidas, levaram José Carlos Dias, o presidente, a apresentar a demissão na passada sexta-feira.

Uma demissão confirmada pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral da instituição, que já convocou novo ato eleitoral para o próximo dia 17.“O objetivo era marcar o novo ato eleitoral o mais rapidamente possível”, explicou António Afonso ao Mensageiro. Uma vez que apenas se demitiu o corpo diretivo, os restantes órgãos (Mesa da Assembleia Geral e Conselho Fiscal) mantêm-se em atividade, pelo que apenar será eleita uma nova direção, apesar de nem todos os seus membros terem assinado o pedido de demissão. O novo presidente irá terminar o mandato que se iniciou a 19 de Fevereiro de 2011, devendo haver outra vez eleições em 2014.

Apesar de não ter sido possível chegar à fala com o presidente demissionário após diversas tentativas, foi possível apurar que a decisão foi tomada após uma reunião com a autarquia, em que foi comunicado à direção que não havia capacidade financeira para dar o apoio mensal pedido nem ajudar a resolver os 200 mil euros de dívida e muito menos a recuperar o parque automóvel. A somar a isso, as dificuldades que decorrem da alteração da comparticipação do transporte de doentes não urgentes levaram a esta situação, que até terá sido bem recebida entre a maioria dos bombeiros.

O mal estar foi evidente logo de início, com a nova direção a obrigar à mudança para as novas instalações, que os operacionais consideravam ainda não estarem aptas a receber os bombeiros condignamente.

Já este ano houve a tentativa de afastar o comandante da corporação, João Venceslau, que acabou reeleito em maio. Ao Mensageiro, escusou-se a comentar esta demissão.

Já António Afonso garante que a decisão não tomada de ânimo leve e até compreende as razões invocadas na carta que recebeu. Mas também entende que “quando as pessoas se candidatam, depreende-se que é para um mandato inteiro”.Esta demissão causou alguma surpresa na cidade, até por ser voz corrente que teria sido uma lista patrocinada pela autarquia.
Fonte:MDB

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