segunda-feira, 19 de março de 2012

Laboratórios de análises clínicas do distrito acusam ULS de obrigar os utentes a ir aos hospitais

Os técnicos de análises clínicas do distrito de Bragança acusam a Unidade Local de Saúde de Bragança de estar a obrigar os utentes a fazer análises nos hospitais, evitando assim o recurso aos laboratórios privados. Os funcionários de laboratórios de análises do distrito afirmam que podem estar em causa mais de cem postos de trabalho. Como forma de protesto querem entregar este sábado um manifesto a Cavaco Silva, na sua passagem por Mirandela. Alexandre Costa é técnico de análises clínicas em Bragança. Queixa-se que os laboratórios privados estão a perder clientes, pondo em causa postos de trabalho. E afirma que o serviço prestado aos utentes também fica afectado com esta medida. “Aquilo que estamos a tentar divulgar é que com estas medidas de obrigar os utentes dos centros de saúde a realizar as análise clínicas nos hospitais nos estão a tirar os nossos utentes, o nosso ‘ganha-pão’. Além dos postos de trabalho que ficam em risco, fica também em risco a qualidade de um serviço era bem prestado aos utentes. Posso dar um exemplo: no nosso laboratório em 10/15 minutos a colheita de sangue é realizada e temos utentes que se vão queixar ao nosso laboratório que estão 3 horas ou e horas e meia à espera de fazer a recolha do sangue”, revelou. O técnico de análises afirma que esta medida já está a ser posta em prática no hospital de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela. Diz mesmo que os hospitais não têm capacidade de resposta para tantos utentes que têm de recorrer a análises clínicas. “Nós temos mais conhecimento aqui em Bragança, que até foi onde essa medida começou. Em Macedo também temos conhecimento que já arrancou onde até já nem estão a ter capacidade de resposta. Soubemos que ainda ontem, dia 15 de Março, já estavam a ser marcações para fazer análises só para o dia 28 de Março. Estamos a ser completamente postos de parte”, acrescentou. Alexandre Costa lamenta o facto de os técnicos não terem sido contactos pela Unidade local de Saúde de Bragança. “Não nos chamaram à mesa das negociações. De certeza que há formas de chegar a um entendimento com a redução de custos para a Unidade Local de Saúde sem por em causa a qualidade do serviço nem a nossa sobrevivência. Amanhã (sábado) vamos tentar fazer chegar ao presidente da República em Mirandela um documento em forma de manifesto que mostra a preocupação dos funcionários do sector privado das análises clínicas com os nossos postos de trabalho e também com este ataque à população que está a ser obrigada a realizar um serviço numa entidade que até aqui não prestava esse serviço”, concluiu.
Os laboratórios privados de análises clínicas do distrito de Bragança estão descontentes com o aumento de utentes a fazerem análises nos hospitais.
Escrito por Brigantia (CIR)

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