segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Governo e bombeiros reúnem para acautelar efeitos da seca

O ministro da Administração Interna vai reunir, terça-feira, com a Liga de Bombeiros Portugueses para abordar a "preocupante" seca prolongada que afecta o país e que já fez triplicar o número de incêndios.

O anúncio foi feito, este sábado, pelo próprio ministro Miguel Macedo, reconhecendo que apenas no primeiro mês e meio do ano Portugal já "leva mais do triplo das ignições" de 2011, perante um período descrito como de "prolongada e anormal seca".

"É evidentemente um motivo de preocupação para todo nós, não só pela questão dos incêndios, mas também pelo abastecimento de água às populações e começa a haver algumas dificuldades em alguns locais", admitiu Miguel Macedo, à margem de uma visita oficial a Valença.

O presidente da LBP, Jaime Marta Soares, enviou esta semana uma carta a Miguel Macedo, na qual pedia que seja possível ressarcir as associações humanitárias de bombeiros das despesas suportadas com os incêndios florestais recentes. Caso isso não aconteça, adianta, "receia-se seriamente que a capacidade operacional de muitas associações diminua rapidamente".

"Estamos preocupados e disponíveis, na medida do possível, para ajudar a superar esta dificuldade. Agora, não depende de nós haver ou não haver chuva", acrescentou Miguel Macedo, confirmando para a próxima terça-feira à tarde a realização de uma "reunião de trabalho" com a Liga.

Na missiva, Jaime Soares lembrava que o número de incêndios florestais ocorridos desde o início do corrente ano "ultrapassou todas as expectativas", o que correspondeu a um acréscimo das despesas das corporações, as quais não estavam previstas para esta altura do ano.

"Acompanhámos a situação com preocupação. É uma situação anormal que introduz uma pressão adicional sobre o dispositivo de Proteção Civil", apontou o ministro, admitindo a possibilidade de o dispositivo nacional vir a ser "adaptado" em função das "circunstâncias que, em termos meteorológicos, nos forem determinadas".

O ministro acrescentou que, "se for necessário", as corporações poderão vir a ser apoiadas financeiramente, mas sublinha que "não pode estar em causa a capacidade de reacção da Protecção Civil".

Miguel Macedo garantiu ainda que o Governo está a ultimar os termos de um concurso público internacional em conjunto entre a Autoridade Nacional Proteção Civil e o Instituto Nacional de Emergência Médica para a requisição de meios aéreos.

"Para, através desta sinergia, disponibilizar o serviço [meios aéreos] a custos inferiores ao que aconteceu até hoje", garantiu, mas reconhecendo que o habitual dispositivo será mantido até Outubro, enquanto avança o concurso.

"Mas há um apelo que faço, nestas especialíssimas condições, em que todos temos de redobrar os cuidados. Num tempo tão seco um pequeno descuido pode ser um grande fogo e por isso temos todos de ter um especial cuidado. E esperemos que chova", rematou.
Fonte: JN

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