terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Artigo do Leitor: Os incêndios e os Reforços

A onda de incêndios que têm assolado o nordeste trasmontano está a superar as expectativas quanto aos efeitos esperados de um inverno seco e frio, até aos últimos dias. Um pequena subida de temperatura máxima, e consequentemente também da mínima, proporcoinou um aumento de intensidade e de longevidade na duração dos incêndios florestais ocorridos nestes dias.

Não obstante ao aumento de intensidade, está também o aumento de ignições, que aleados aos factores de de desordenamento florestal, negligência e sobretudo o crime de fogo-posto, deixam o concelho Bragança, assim como o distrito a "ferro e fogo".

Todos os meios de comunicação veiculam o grande numero de incêndios e dificuldades dos Bombeiros em combater incêndios, mas como o português não sabe que "é melhor prevenir que remediar" deixa-se falar nos coitadinhos e não se previne.

Primeiro de tudo é preciso saber que os incêndios florestais não são um problema sazonal. São eventos naturais que podem ocorrer a qualquer altura desde que estejam reunidos os constituintes do triângulo do fogo, em proporções adequadas. Nesta altura do ano, apesar dos efeitos destrutivos dos incêndios florestais, estes não são tão nefastos como no verão, mas não quer dizer que não causem prejuízo. A atmosfera sofre, a flora sofre, a fauna sofre, os solos sofrem, etc etc etc, concluído que o país sofre, ou seja tudo aquilo com que nos promovemos nas campanhas de turismo, tudo aquilo com que nascemos e nos criamos, tudo aquilo que é autóctone e genuinamente natural desaparece! E se falarmos em responsabilidades, quem as toma?

Ao exemplo de Outubro passado, mês atípico e favorável a condições para grande incêndios, foram activados uma serie de mecanismo especiais para combater esses incêndios. Não se percebe porque ainda não foram activados esses mesmos mecanismos para estes dias. esta situação pôem em causa a consideração e abordagem da Autoridade Nacional de Protecção Civil para o nnordeste trasmontano. Revolto-me com o facto de desprestigiarem e desprezarem a imagem do voluntário. O bombeiro voluntários tem tido o papel mais activo neste teatro, e já o demonstrou nos incêndios em Outubro passado, assim como agora e durante o ano. E como se agradece ao voluntário? Com o corte de regalias, não havendo compensação pelo tempo perdido e o simples obrigado de um comandante que em nome da causa os convocou. Só que o voluntário no dia seguinte voltou, mas até quando isto durará?

O MAI assegurou o reforço de meios para o combate a incêndios florestais, com GIPS e FEB. Quiseram acabar com os GIPS este ano, por falta de estrutura capacitante para assegurar o combate aos incêndios e agora são reforçados? Isto é castigo ou demagogia? A força do GIPS é sempre a mesma em todo o país, se puxam o lençol para cobrir Bragança, destapam o Algarve. E com a FEB no distrito pode-se contar quando for para passar atestados de burrice, assinados pela ANPC, aos comandantes do distrito! E a estrutura implantada à imensos anos em todo o Portugal , que assegura sempre a primeira intervenção a qualquer incêndios, aquela a que se recorre quando as elites falham, aquela que se reforça sem ter de gastar balúrdios, porque não é reforçada? Seremos nós Bombeiros Voluntários, EIP´s, GIPE´s e até os motoristas assalariados das associações, tão inúteis que não mereçam a consideração das compensações?

Para quem está a par da situação operacional dos GIPS não seria indicado fazerem mais patrulhamento para prevenir, que reforçar para combater? Estes homens andam com os quilómetros de patrulha contados, como querem que cheguem a todo o lado? Da parte do SEPNA, têm de sair 2 patrulhas na mesma viatura porque não há combustível nem viaturas! A FEB continua a dividir terreno com os GIPS, mas ao fim ao cabo não têm nada! Há incêndios que nem chegam a ser contabilizados! Existe uma Autoridade Nacional de Protecção Civil que se deveria nomear ANPCLAZIP ( Autoridade Nacional de Protecção Civil de Lisboa e Arredores e Zonas de Interesse Próprio)! Há mais de 4000 homens disponíveis para reforçar o combate aos incêndios pelo preços do 400 que espera para reforçar o combate aos incêndios! Há um alerta amarelo para activar, mas que já é quase laranja! E há uma mer*** de politica que se está a tornar num país!!!

E mais que se diria...

por Leitor devidamente identificado

1 comentário:

Antunes disse...

É isso tudo... e mais se diria.

No entanto, apesar de enxovalhados pelo governo, nós bombeiros continuamos e continuaremos (até quando não sei) a dar o corpo ao manifesto.

Um abraço para todos aqueles que dia após dia lutam por esta causa.