Os portugueses demonstram um elevado nível de confiança nas instituições de emergência e socorro e protecção civil, com os bombeiros, INEM e Cruz Vermelha a liderarem a lista, segundo um estudo da Universidade de Coimbra.
Numa escala de 1 a 5, todas as instituições ultrapassam o nível médio de confiança da população portuguesa, com destaque para os bombeiros (4,19), Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) (4,11) e Cruz Vermelha (3,96), refere o estudo efectuado pelo Observatório do Risco do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, a que a Lusa teve acesso.
Segundo o estudo realizado no âmbito de um projecto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, as forças policiais, GNR e PSP, surgem logo a seguir (3,66), seguidas da protecção civil (3,65) e das autoridades locais, juntas de freguesia (3,32) e câmaras municipais (3,22).
Segundo o mesmo documento, a população portuguesa demonstra ter conhecimento dos avisos meteorológicos e dos alertas da protecção civil, “dois indicadores sólidos de uma preocupação geral quanto aos perigos e às suas consequências”.
Os resultados da investigação mostram igualmente que 69.6% dos inquiridos conhecem os avisos do Instituto de Meteorologia, 40.5% consultam os alertas da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e apenas 20.1% têm conhecimento dos alertas do Serviço Municipal de Protecção Civil.
Entre os que garantem conhecer os avisos meteorológicos e os alertas da protecção civil, 63,4% activam estratégias de auto-protecção após os alertas da ANPC e 50% fazem-no para os avisos do IM.
“Os mais jovens, os com maior nível de instrução e os que habitam em habitações com melhores condições são os que declaram maiores níveis de conhecimento dos alertas”, refere o documento.
Como resposta a eventuais situações de emergência, a maioria dos portugueses tem em casa um estojo de primeiros socorros, 65,8 por cento, enquanto que 41,4% admitem ter comida de reserva e 35,2% água de reserva em casa.
Relativamente às medidas preventivas adoptadas para enfrentar uma situação de emergência, 87,6% dos portugueses revelam ter conhecimento telefone nacional de emergência, 63,9% têm conhecimento do telefone dos bombeiros e 58,6% sabem qual é o número de telefone das forças policiais.
Pelo contrário, apenas 19,3% conhecem o telefone da polícia municipal, 9,4% admitem ter um curso de socorrismo e 8,2% estabeleceram um ponto de encontro da família no caso de ocorrer uma catástrofe.
O mesmo estudo indica que 14,4% dos inquiridos, 180 pessoas, já foram afectadas por acontecimentos extremos que causaram danos ou perdas.
Entre estes 180 indivíduos, 24,3% (44 pessoas) apontaram as cheias e inundações como o acidente que mais as afectou, seguindo-se os acidentes de viação, com 22,3% (40), as tempestades, trovoadas e chuvas intensas, com 18,1% (33) e os incêndios florestais, com 11% (20).
Mais de metade das pessoas garantiu não ter recebido qualquer tipo de ajuda após os acidentes, 66%, mas dos 23,4% que garantem ter sido ajudados, 63% apontam os bombeiros como o recurso mais fiel, seguidos dos vizinhos (47,4%).
Numa escala de 1 a 5, a maioria dos inquiridos entende que as entidades competentes devem impedir as pessoas de construírem habitações em sítios perigosos mesmo que os terrenos sejam delas (4,20) e que cabe ao Estado tomar medidas preventivas das catástrofes, ainda que isso implique um aumento dos impostos (3,22).
Este inquérito foi realizado entre Setembro e Outubro de 2008 num universo de 1.200 inquiridos e apresenta uma margem de erro de três por cento.
Fonte: Público
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