O Ministério da Saúde e a Liga dos Bombeiros Portugueses vão criar um grupo de trabalho para identificar, até ao final do ano, a situação dos bombeiros e propor medidas para minimizar os efeitos da redução do transporte de doentes.
Esta decisão foi tomada hoje numa reunião entre o Ministério da Saúde e a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), durante a qual foram debatidas as dificuldades financeiras vividas pelas corporações de bombeiros devido à quebra de receitas no transporte de doentes não urgentes, disse à agência Lusa o presidente cessante da Liga, Duarte Caldeira.
“O objectivo desta reunião era procurar definir o que é que o Ministério da Saúde pretende dos bombeiros neste domínio”, mas “concluiu-se que é irreversível a redução do número de transportes de doentes não urgentes pagos pelo ministério”, adiantou.
Esta decisão surge em consequência da necessidade de reduzir o custo de transporte de doentes por imperativo do que está consignado no memorando da ‘troika’, explicou.
Contudo, e por considerar “os bombeiros um parceiro e não um fornecedor de serviços”, o Ministério da Saúde manifestou disponibilidade para “equacionar a situação existente e perspectivar um quadro de medidas que possam minimizar os efeitos provocados por esta irreversível redução de serviços”, sublinhou.
Nesse sentido, o Ministério e a Liga vão indicar representantes para um grupo de trabalho que, até 31 de Dezembro, terá de “identificar a situação existente e a sua gravidade e, dentro das limitações existentes, elencar e viabilizar um conjunto de medidas que possam minimizar os efeitos que esta situação está a provocar nas corporações de bombeiros”, avançou.
Duarte Caldeira alertou que, se nada for feito, esta situação pode, “num curto espaço de tempo, motivar o colapso económico e financeiro das corporações e a consequente resposta operacional das instituições na assistência e socorro às populações”.
A preocupação da LBP reside também no facto de “haver um número muito significativo de elementos de corpos de bombeiros que vive profissionalmente dessa actividade e de haver um conjunto de ambulâncias que começam a não ter serviço que justifique a sua própria existência”, acrescentou.
Numa análise feita no início de Novembro aos primeiros noves meses do ano, os bombeiros estimavam uma quebra de 32 por cento no transporte de doentes não urgentes.
Fonte:Publico
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