A vila de Argozelo está sem médico desde o final de Julho. A população desta freguesia do concelho de Vimioso está revoltada com a situação e não aceita deslocar-se a Vimioso ou a Bragança para pedir uma receita médica.
O presidente da Junta de Freguesia de Argozelo não compreende porque é que o médico deixou de ir a Argozelo. Francisco Lopes afirma que já pediu explicações ao Agrupamento de Centros de Saúde do Nordeste, mas o problema continua sem solução à vista.
“O médico não se tem deslocado não sei porquê, uma vez que noutras áreas do distrito o médico continua a ir e passa as receitas manualmente e ali embirra e têm que ser electrónicas. É uma confusão que já vem de Maio e o que é certo é este assunto neste concelho ainda não tem solução à vista. Tenho perguntado e a resposta é sempre a mesma desde Maio, falta de linha, só que o que é certo é que nunca me disseram que linha era, que a própria Junta a colocava. Dizem que enquanto não tomar posso o novo administrador, continua tudo na mesma”, constata o autarca.
Francisco Lopes afirma que as pessoas idosas e com dificuldades de mobilidade são as mais prejudicadas. Além disso, o autarca realça que as deslocações a Bragança ou a Vimioso são uma despesa acrescida para a população.
“Está a ser um grande transtorno para as pessoas de idade e para aquela pessoas que têm dificuldades em se deslocarem. Além de ser dispendioso a deslocação a Bragança ou a Vimioso. Também há o problema da farmácia que não tem receitas para aviar este tempo todo. Fechar é um perigo eminente, se não tem serviço terá que procurar outras paragens, mas esperemos que isso não aconteça”, teme Francisco Lopes.
O autarca afirma ainda que o número de óbitos na freguesia aumentou mais do que o esperado. Francisco Lopes afirma que não se pode estabelecer uma relação directa entre as duas situações, mas o que é certo é que a população de Argozelo está sem médico há cerca de 4 meses.
“Estão sem médico desde o final de Julho e ainda não houve lá mais médico nenhum. Não sei se é disso ou não, mas o que é certo é que o número de óbitos em Outubro foi muito mais elevado do que aquilo que estava previsto. As pessoas utilizam este serviço como utilizam noutro centro de saúde qualquer, só não tem havido médico”, lamenta o autarca.
Recorde-se que a Administração Regional de Saúde do Norte garantiu, em Setembro passado, a continuidade das extensões de saúde. A ARS disse, ainda, que lançou o concurso com vista à aquisição de software para informatizar todos os postos médicos e garantiu que enquanto o novo sistema não entrar em funcionamento, os médicos continuariam a passar as receitas de forma manual.
Mesmo assim, o médico continua a não se deslocar à vila de Argozelo.
Escrito por Brigantia
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