A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) manifestou-se hoje “radicalmente contra” a decisão de os bombeiros deixarem de avisar a Proteção Civil sobre a saída das suas ambulâncias, argumentando que deixará de haver estatísticas exatas das intervenções no país.
O Diário de Notícias avança na edição de hoje que as ambulâncias dos bombeiros - a maioria das que existem no país -, vão deixar de ser controladas pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e apenas as que estão ao serviço do INEM, cerca de 10 por cento da frota, terão a posição conhecida.
A ANPC justifica a decisão com a necessidade de "rentabilizar" os recursos humanos dos comandos distritais, que controlam o socorro prestado pelos bombeiros.
Estes alertam que, em caso de catástrofe ou emergência que obrigue à mobilização de várias ambulâncias, nenhum organismo da ANPC conhecerá a posição destes veículos, o que atrasará o socorro.
Em declarações à agência Lusa, o presidente cessante da LBP disse que os bombeiros “discordam radicalmente” desta medida, mas considera que os seus efeitos não se colocam em termos de atraso do socorro, mas sim na “ausência de uma inventariação correta dos serviços”.
“Quando se alega que há a necessidade de racionalizar recursos humanos, nós entendemos que é preciso fazer a avaliação de toda a estrutura da ANPC, e não apenas de uma parte, concluindo então onde é que há cortes suscetíveis de serem feitos, recursos em duplicação e excesso de despesa que pode ser economizada”, defendeu Duarte Caldeira.
Depois de feita essa avaliação, “é que fará sentido concluir o que quer que seja sobre esta matéria”, sustentou.
Contudo, ressalvou, “esta conclusão não pode ser feita, prejudicando os bombeiros, como principal agente de socorro, e a missão da Autoridade Nacional de Protecção Civil nos termos exatos em que a lei a define”.
Duarte Caldeira considerou também “estranha” a forma como foi alterada esta situação: “Foi feita uma comunicação interna da ANPC aos comandantes operacionais distritais, dando-lhes indicação que deixariam de contabilizar a saída das ambulâncias de bombeiros, mas esse processo de alteração não foi viabilizado pelo Conselho Nacional de Bombeiros”.
“É uma medida unilateral e ilegítima na medida em que altera a estrutura da ANPC, altera procedimentos e, portanto, nós discordarmos radicalmente desse facto”, criticou.
Fonte: radioocidente.pt
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