O novo regulamento de acesso ao transporte de doentes não urgentes veio engrossar as dificuldades da maioria das corporações de bombeiros do país, que em média perderam 30 por cento das receitas face a 2010. Para ultrapassar o aperto foi dispensado pessoal ou adoptada uma gestão mais rigorosa. No caso da corporação de Carrazeda de Ansiães, foram as poupanças que evitaram despedimentos.
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Carrazeda de Ansiães teve uma quebra de receitas a rondar os 45% desde que foi alterada a legislação para o transporte de doentes não urgentes.
O presidente da associação, Carlos Fernandes, diz que esta constitui uma das principais preocupações da direcção:
“Era uma excelente fonte de receita, com a qual podíamos ir renovando as nossas frotas. Depois de fazer contas este ano vi que baixou 45 por cento o volume de negócios. Temos de manter o mesmo efectivo em termo de homens, para garantir as 24 horas, mas as receitas é que deixam de entrar.”
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Carrazeda de Ansiães tem 18 funcionários e a quebra de receitas obriga a uma gestão mais rigorosa e a um maior esforço dos voluntários:
“Com alguns prémios, com a boa vontade dos voluntários, com algum dinheiro que tínhamos amealhado para outras necessidades, para pagar os vencimentos das pessoas.”
A corporação de bombeiros de Carrazeda, tal como muitas outras, obrigada a fazer mais contas depois de ter perdido cerca de 45% de receitas com a alteração das regras do transporte de doentes não urgentes.
Segundo o despacho que entrou em vigor em Maio deste ano, o direito ao transporte gratuito é possível com justificação clínica e em situações de patologias do foro psiquiátrico, doenças do foro oncológico, perturbações visuais graves, gravidez de risco, entre várias outras.
Têm ainda acesso ao serviço dos bombeiros os utentes com rendimentos iguais ou inferiores ao apoio social (cerca de 480 euros mensais).
Ora, em Bragança, estes constrangimentos começam também a fazer-se sentir, mas de forma mais suave.
Sem gravar declarações, o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros explicou à Brigantia que o serviço caiu cerca de 20 por cento, mas que, para já, não haverá necessidade de dispensar nenhum dos 12 motoristas contratados.
Rui Correia explicou que houve necessidade de fazer alguns ajustamentos, para conseguir poupar dinheiro, e nos transportes feitos a particulares, começou a ser pedido o pagamento antecipado, uma vez que a dívida deste tipo de transportes já ascendia aos dez mil euros.
Escrito por CIR/Brigantia
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