terça-feira, 13 de novembro de 2012

Autarca assume falhas no maior incêndio do ano

A Câmara de São Brás de Alportel deixou de fazer a manutenção dos acessos a pontos de água, o que impediu o abastecimento dos veículos dos bombeiros durante o incêndio de julho, admitiu hoje o presidente da autarquia.

"Deixou-se de fazer a manutenção, porque os bombeiros preferem fazer o abastecimento na rede pública", justificou o presidente da Câmara de São Brás, António Eusébio (PS), durante a sua audição na Comissão Parlamentar de Agricultura.

Os presidentes das câmaras de São Brás de Alportel e de Tavira, respetivamente, António Eusébio e Jorge Botelho, foram hoje ouvidos na comissão sobre a forma como decorreu o combate ao fogo que atingiu aqueles municípios algarvios entre 18 e 22 de julho.

De acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, o fogo consumiu 21.437 hectares de espaços florestais. Um relatório sobre os incêndios no Algarve concluiu que houve falta de meios de combate e de aceiros, bem como falhas do comando na perceção da localização do fogo e na previsão da evolução das chamas.

Perante os deputados da Comissão Parlamentar, os dois autarcas criticaram a forma "como decorreu o combate inicial ao fogo, com alguns atrasos no posicionamento dos meios". Segundo os autarcas, foram constatadas situações onde as populações "estiveram duas horas à espera de meios dos bombeiros, mas ressalvaram "o empenhamento no combate". "Dadas as dimensões e a forma como o fogo se propagava, era visível a dificuldade em combater as chamas", observou Jorge Botelho. "Reconheço que era difícil estar em todo o lado ao mesmo tempo", sublinhou.

Segundo os autarcas, as populações têm recebido apoio social, "prevendo-se para muito breve a reconstrução das casas destruídas". O Governo oficializou uma ajuda financeira no valor de 1,5 milhões de euros para os dois municípios, verba disponibilizada através de um Contrato Local de Desenvolvimento Social.
Fonte: Correio da Manhã

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