sábado, 31 de agosto de 2013

"Não me sinto um herói da nação, sou apenas um simples bombeiro"

A tarde do dia 01 de agosto ficará para sempre marcada na memória de Vítor Ribeiro, um voluntário de 32 anos a desempenhar as funções de bombeiro de 2ª Classe na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Miranda do Douro, que sobreviveu a um incêndio para contar a história.

O soldado da paz integrava um grupo de cinco bombeiros que combatiam as chamas na freguesia de Cicouro, concelho de Miranda do Douro, quando uma mudança brusca de vento acabaria por encurralar quatro homens e uma jovem mulher, com idades compreendidas entre os 19 e os 45 anos de idade.
Destes cinco elementos, um deles acabaria por sucumbir aos graves ferimentos provocados pelas chamas. Chamava-se António Ferreira e tinha 45 anos. Outro bombeiro está a lutar pela vida, estando internado no Hospital da Prelada com prognóstico “muito reservado”. Tem 25 anos.

Vítor Ribeiro é um dos feridos que, apesar da gravidade inicial, conseguiu escapar com vida. Apresentava queimaduras de 2º e 3º grau em cerca de 10 por cento do seu corpo mas acabou por fintar o pior inimigo dos soldados da paz, ou seja, a manha e investida de um inimigo chamado fogo.
“Será um momento muito difícil de esquecer. Não sei como tudo aconteceu. Foi tudo muito rápido e passou muita coisa pela minha cabeça”, recordou, ao Mensageiro, Vítor Ribeiro.

O bombeiro acrescenta que o primeiro pensamento do coletivo foi sair com vida do local onde as chamas lhes pregaram uma rasteira e com a viatura a salvo, mas não foi possível de todo.
“Houve sempre uma tentativa de todos saírmos com vida do local onde aconteceu o acidente”, relatou o bombeiro.

A mudança repentina do vento foi o que mais baralhou os bombeiros, “encurralados” e a tentar entrar numa zona onde o mato fosse mais rasteiro.

“O acidente tanto poderia acontecer naquele ponto do incêndio como mais atrás ou à frente. Mas foi ali mesmo. Não tivemos alternativa”, frisa Vítor Ribeiro.
fonte:mensageiro

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