segunda-feira, 28 de maio de 2012

Liga Diz Que Fez Tudo o Que Foi Possível nas Negociações de Preços com o Governo

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) assegurou hoje que fez tudo para convencer o Governo a pagar mais pelo transporte de doentes não urgentes e pediu às corporações que não deixem de transportar quem precisa.

As declarações do presidente da LBP, Jaime Soares, sucederam-se ao anúncio de que as 56 corporações de bombeiros do distrito de Lisboa vão suspender, a partir de sexta-feira, o serviço de transporte de doentes não urgentes, porque não conseguem manter este serviço com os preços que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e o Ministério da Saúde (MS) pretendem pagar.

A Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa aprovou ainda um voto de desconfiança ao conselho executivo da Liga dos Bombeiros por causa das “desastrosas consequências das negociações que tiveram com o MS relativamente ao transporte de doentes” não urgentes.

“Lamentamos [a decisão dos bombeiros da Federação de Lisboa] e ficamos preocupados. Não era o acordo que desejávamos, mas foi o acordo possível”, disse à Lusa Jaime Soares, acrescentando que, “garantidamente, a LBP fez tudo, tudo, tudo o que estava ao seu alcance”.

“Não conseguimos demover o Governo, com todos os argumentos que apresentámos. Como sabe, à mesa das negociações têm de existir dois parceiros, mas um tem a força do poder da decisão e o outro não tem”, acrescentou.

Jaime Soares realçou que se os bombeiros prosseguirem com esta atitude “irão criar dificuldades para as populações que devem servir” e que nunca poderão deixar de apoiar os cidadãos, mesmo que não tenham conseguido atingir os seus objetivos.

O dirigente apelou ainda aos bombeiros que “usem de toda a arte e engenho” para ultrapassar a crise e que tenham “um forte sentimento de unidade”, de forma a conseguirem “ter a força necessária para que o Governo entenda as razões” que defendem.

A agência Lusa contactou o Ministério da Saúde para obter uma posição sobre esta ameaça das corporações de bombeiros, mas tal não foi possível até ao momento.

Numa reunião realizada sexta-feira, as corporações do distrito de Lisboa ameaçaram também abandonar o dispositivo especial de combate a incêndios florestais da Proteção Civil, caso o Fisco insista em cobrar impostos sobre as ajudas pagas pela Proteção Civil aos elementos com vínculo laboral às associações de bombeiros, mas que fazem várias horas de voluntariado nas equipas de combate a fogos.

Jaime Soares afirmou que também a LBP “tem alertado desde há muitos meses que é uma injustiça” a incidência de uma taxa “sobre o miserável subsídio que os voluntários recebem para trabalhar”.

De acordo com o presidente da LBP, um voluntário que trabalhe “incessantemente durante 24 horas é ressarcido por 41 euros”.

O responsável pela Liga considerou que os bombeiros se defrontam atualmente “com um poder político em muitas situações insensível àquilo que tem de bom na área da proteção civil” e apelou ao Governo para que “não deixe de estar atento e negociar com seriedade com a LBP, de forma a ultrapassar todas estas situações em que os bombeiros se sentem altamente prejudicados”.

É das maiores injustiças que se pode fazer, que em vez de criarem incentivos, ainda os penalizem quando estes estão ao serviço do seu país”, afirmou.

Soares apelou ao bom senso, para que “em circunstância alguma nenhum bombeiro de Portugal veja as suas populações em risco e não se mobilize para as defender”.

Acredito que nunca verei isso, porque acredito na honra e no espírito dos bombeiros portugueses”, salientou.
Fonte: notícias.sapo

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