segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Cruz Branca Inaugurou Quartel Que Melhora Condições dos Bombeiros


Virou-se este domingo mais uma página no livro da história dos Bombeiros Voluntários da Cruz Branca de Vila Real. Sopraram-se as velas dos 116 anos de vida e cortou-se a fita do novo quartel, mesmo ao lado do nó de saída norte do IP4.

"Uma viragem de 180 graus na comodidade dos bombeiros mas também na componente operacional", sublinha o comandante da corporação, Álvaro Ribeiro. Destaca a nova parada que possibilita "trabalhar a formação sem precisar de sair das portas do quartel", bem como a torre de treinos, que resultou da adaptação de um poste de muito alta tensão, cedido pela REN.

A construção do novo edifício resultou de uma candidatura ao QREN no valor de 1,25 milhões de euros, comparticipada em 85%. Um investimento que não reflete as horas de trabalho dadas pelo pessoal da casa, funcionários da Câmara Municipal de Vila Real e amigos da corporação. Se fossem contabilizadas "o custo total da obra teria sido bem maior", nota Álvaro Ribeiro.

Como quartel construído em época de austeridade, a estrutura foi pensada para o que é essencial, a operacionalidade, tendo mesmo prescindido de um salão nobre. Para esse efeito fica reservado o velho quartel, no centro da cidade, que possui um auditório com capacidade para mais de 200 pessoas.

No que não se poupou foi no conforto dos cerca de 120 bombeiros, entre os quais as mulheres. Que o digam Susana e Márcia que se mostram muito "contentes" que a mudança que estão a experimentar. Elas e as outras 23 do corpo feminino. As duas novas camaratas têm capacidade para 10 bombeiras, enquanto na única anterior só podiam pernoitar seis.

O velho quartel era "um espaço muito apertado" e obrigava as bombeiras a "passar pela cozinha para ir para as camaratas, que eram muito frias e só tinham uma casa de banho", salienta, ao JN, Susana Pereira, enfermeira de 32 anos, bombeira há mais de 10 e a única já com galões de oficial.

Era a falta de alguma privacidade que mais constrangia a psicóloga Márcia Pereira, 25 anos, que ostenta as divisas de bombeira de terceira classe. "Tendo em conta que o número de mulheres a ingressar nos bombeiros foi aumentando bem precisávamos de umas camaratas próprias, num lugar mais reservado", nota.

Para além de bombeira apta para qualquer situação, Márcia integra as equipas de apoio psicossocial criadas pela Autoridade Nacional de Proteção Civil para ajudar bombeiros e respetivos familiares em situações críticas. Não tarda nada, Susana será também formadora na área do socorro, na qual desenvolve o seu trabalho ajudando o INEM.

Agora que há melhores condições de conforto no quartel, ambas esperam que o corpo de voluntárias possa aumentar. "Afinal, nós, as mulheres, conseguimos ser tão boas bombeiras como os homens", sorri Susana.

Depois da bênção das instalações pelo Bispo de Vila Real, do corte da fita e dos longos discursos da praxe, a manhã de festa terminou com demostrações de exercícios na torre de treinos, uma largada de pombos e com um almoço volante na parada.

Fonte: JN

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