segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Aumentou o número de acidentes e de mortes nas estradas do distrito de Bragança face a 2009

Aumentou o número de mortes nas estradas do distrito de Bragança este ano, comparativamente com 2009. Até ao final de Novembro já tinham sido contabilizados 13 mortes só pela GNR. Mas a estes há que juntar ainda pelo menos mais duas vítimas contabilizadas pela PSP, em Bragança e Mirandela.

Os dados foram divulgados no sábado durante o primeiro seminário da Protecção Civil do distrito de Bragança.

António Fernandes, o comandante da Unidade Territorial da GNR, tem uma explicação para o aumento do número de mortes.

“Há mais alguns mortos do que no ano passado mas este ano estão a ser contabilizados os mortos a 30 dias. Não só são contabilizados os mortos no acidente mas também os que vão para o hospital e morrem no espaço de um mês”, explica.

Este ano, e só na área da GNR, registaram-se 866 acidentes com vítimas, que provocaram 349 feridos leves, 41 feridos graves e 13 mortos, mais três do que os registados em todo o ano de 2010.

Quase metade das vítimas situa-se na faixa entre os 25 e os 35 anos.

De acordo com os dados apresentados pela GNR, 42 por cento dos acidentes deve-se a falta de concentração e 23 por cento a distracção.

Por concelhos, Bragança é o que concentra maior número de acidentes, também por ser o que tem mais população. Mas na área de intervenção da GNR, é Macedo de Cavaleiros que lidera a lista negra com 230 acidentes registados este ano, contra os 122 de Mirandela, 117 de Torre de Moncorvo e 115 de Vila Flor.

No lado oposto, Freixo de Espada à Cinta é o menos atingido, com apenas 23 acidentes registados nos primeiros 11 meses do ano.

O IP4 é a estrada mais perigosa, com 65 acidentes.

“Este ano também produziu mais acidentes porque está todo em obras. Têm ocorrido alguns acidentes fruto do estreitamento das vias e das dificuldades que as pessoas têm em reduzir a velocidade, que às vezes não se apercebem ou não vêm com o cuidado necessário. As obras vão-se prolongar e os acidentes vão continuar a surgir.”

Segundo António Fernandes, os carros com mais de 12 anos provocam cerca de quatro vezes mais acidentes que os restantes, sobretudo devido à degradação de componentes do veículo como os travões ou a suspensão.

Por isso, o comandante da GNR defende que deve haver maior investimento na prevenção e menos na repressão, como a chamada “caça à multa”.

“A solução que defendo passa pela prevenção, o alerta, o estar nos locais, chamar a atenção para erros simples mas que poderão evitar muitos acidentes.”

Em 11 meses, a GNR já contabilizou 1144 acidentes no distrito de Bragança, contra os 1124 em todo o ano passado.

76 por cento aconteceram numa recta.Mesmo assim, nos últimos dez anos o número de acidentes com vítimas mortais caiu para quase metade.
Os dados da sinistralidade foram conhecidos no primeiro seminário da Protecção Civil do distrito de Bragança, que juntou mais de 200 participantes no Instituto Politécnico de Bragança no último sábado.

Paulo Ferro, da organização, faz um balanço positivo mas sublinha que a população ainda está pouco esclarecida quanto à prestação de socorro e muitas vezes até atrapalha os próprios bombeiros.

“Atingimos os objectivos e considero que foi um sucesso. Vamos agora abordar outras problemáticas. Estamos já a pensar num seminário técnico voltado para os acidentes com máquinas agrícolas”, adianta Paulo Ferro, que considera que as pessoas “ainda dificultam um bocado o socorro, por falta de entendimento” do que é o socorro. “Esse também era um dos objectivos”, friza.

A organização pertenceu à Associação Humanitária de Bombeiros de Bragança e à Juvebombeiro do distrito.
Escrito por Brigantia
Fotos:PFerro

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