quinta-feira, 28 de outubro de 2010

PCP apresenta proposta para acabar com as mortes de agricultores em acidentes de tractor

Este ano já morreram 26 pessoas vítimas de acidentes de tractor. Para ajudar a reduzir o número de acidentes, vai ser hoje discutida na Assembleia da República uma proposta do Partido Comunista Português.

Há 11 anos que António Gonçalves traz no corpo a marca do acidente que lhe mudou a vida.

Numa tarde de 1999, quando lavrava oliveiras num terreno inclinado, perto de Bragança, o tractor que conduzia capotou.

“Foi o tractor que resvalou, num terreno inclinado, muito acidentado”, conta. Depois do acidente, comprou um tractor já com tracção à frente. “Com este lavro melhor, especialmente nas ladeiras. Já não voltei a ter nenhum susto”, conta.

No seu caso teve sorte e sobreviveu para contar a história mas no distrito de Bragança aconteceram 63 acidentes mortais na última década.

Desde 2007, já morreram 23 pessoas no distrito vítimas de acidentes com tractores agrícolas.

Só este ano já são quatro as vítimas mortais, a última das quais em Carrazeda de Ansiães, há menos de duas semanas.

Em todo o país, o número de vítimas vai em 26, só este ano, sobretudo no Norte e Centro do país.

Por isso, o deputado comunista, Agostinho Lopes, decidiu avançar com uma proposta ao Governo.

“Na base da sinistralidade que atinge agricultores há um conjunto de factores. Estamos a falar da intervenção de tractores em caminhos muito estreitos, leiras. A própria idade das máquinas e a incapacidade de a agricultura familiar renovar as máquinas, para além de próprias questões de saúde dos agricultores”, explica o deputado comunista, que apresenta um projecto de resolução com quatro orientações.

“São recomendações ao Governo e vão por uma questão de comunicação, sobretudo nas televisões, mas que envolva as associações e as próprias paróquias do mundo rural. Um programa de reequipamento de explorações agrícolas familiares, integrar nas visitas ao médico de família as condições para o exercício desta actividade. Por fim, retomar os projectos de formação, apoiados pelo Governo.”

Agostinho Lopes entende que deve ser o ministério da Agricultura a assumir este programa.
O deputado comunista está convencido que esta proposta vai ter o apoio da generalidade dos partidos.
A discussão vai ser esta quinta-feira e a votação em plenário deve acontecer já na próxima semana.
Escrito por Brigantia


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