segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Idosos “abandonados” no hospital

Há idosos a serem levados para os hospitais do distrito de Bragança pela família que depois não os vai buscar quando recebem alta.

A situação é denunciada pelo próprio governador civil que se manifesta preocupado com o multiplicar de casos.

Jorge Gomes explica que esta é uma forma de as famílias passarem um problema para as mãos das instituições de saúde.

“Sente-se que há parentes que entregam os idosos no hospital por uma questão de urgência e depois não os vão levantar” explica o governador civil. “É uma forma de passar um problema para os hospital que depois tem de arranjar uma instituição que recepcione o idoso. Isto é pena e demonstra bem o estado em que algumas famílias vivem e o respeito que têm pelos seus idosos” acrescenta.

As situações não estão contabilizadas, mas acontecem sobretudo ao fim de semana.

“Temos imensos casos desses” confirma o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Nordeste. “Desde ir a casamentos ou uma festa e os idosos terem alta e não os vão buscar por causa disso” acrescenta.

Ainda assim Henrique Capelas considera que “isto não é um problema da saúde, é um problema que se reflecte nos profissionais que infelizmente são eles que apanham com isto. É um problema do país”.

O Governador Civil de Bragança admite que este problema possa estar relacionado com a falta de equipamentos sociais na região para acolher idosos.

Por isso Jorge Gomes salienta que é preciso apostar na prestação de outro tipo de apoio à terceira idade.

“Os casos que acontecem é quando os filhos pretendem institucionalizar os pais, mas os lares têm listas de espera bastante grandes, mas também não podemos imaginar que algum dia vá haver resposta para todos os idosos” afirma Jorge Gomes, acrescentando que “as políticas que hoje são seguidas não é a institucionalização de idosos em lares mas sim criar apoio domiciliário, condições de habitabilidade dentro das suas casas, efeito de proximidade entre a vizinhança”.

“Desenraizar as pessoas da suas casa ou da sua aldeia nem sempre traz bons resultados” considera.

A resolução destes casos passa pelo encaminhamento para a assistência social, mas as autoridades prometem responsabilizar as famílias por estas situações.
Escrito por Brigantia

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