O arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles aponta como causa dos incêndios em
Portugal os povoamentos de uma só espécie, que fazem com que o fogo se propague
a grandes extensões.
«Os incêndios surgem por causa de os povoamentos serem mono-específicos, quer dizer, serem de uma só espécie, alastrando assim com facilidade a manchas muito grandes», disse à Lusa Ribeiro Telles, também engenheiro agrónomo.
«Em qualquer caso, não só para os povoamentos florestais, como para os matos, como para qualquer situação», a dificuldade em fazer o cadastro dos terrenos e o abandono dos terrenos, o fim das atividades rurais, ajudam também a que o fogo se propague, indicou.
Já Pedro Cortes , especialista em planificação e defesa do espaço rural contra incêndios, aponta como razão estrutural para o fenómeno dos incêndios em Portugal a desativação dos sistemas agroflorestais, que passam a funcionar como rastilho.
«A primeira razão, que está no fundo e na raiz disto tudo, é a desativação dos sistemas agroflorestais, das práticas agrícolas e florestais, devido à inviabilidade económica de manter a atividade em grande parte do país, pelo menos no centro e no norte e nas zonas montanhosas», disse à Lusa o engenheiro agrónomo.
Na sua opinião, tal «leva a um processo de abandono dos terrenos, que deixam de funcionar como corta-fogos ¿ um terreno cultivado funciona para parar incêndios mas, quando é abandonado, há um desenvolvimento enorme das ervas, da biomassa, etc., e passa a funcionar como rastilho de incêndios, em caso da ocorrência de incêndios».
Por outro lado - indicou -, na parte florestal, deixaram de ser aproveitadas matérias-primas que tradicionalmente o eram como «a biomassa, os matos, etc.» e não apareceram alternativas para o seu aproveitamento.
«Os terrenos e a floresta têm andado, de um modo geral, bastante abandonados e, portanto, temos, por um lado, a parte agrícola que já não é corta-fogo e a própria floresta que tem acumulado cargas e cargas combustíveis de muitos anos de abandono», resumiu.
«Como é uma situação que começou há 20 ou 30 anos, mas que se vai acumulando todos os anos, o território está cada vez mais perigoso e cada vez mais propenso a incêndios descontrolados como aqueles a que temos assistido», defendeu.
Para Pedro Cortes, a solução passa, mais do que pela definição do ordenamento do território, «se aqui deve ser agrícola e aqui deve ser floresta», por fazê-lo «com viabilidade económica para os atores» que depois vão ter de manter esses terrenos.
«Os incêndios surgem por causa de os povoamentos serem mono-específicos, quer dizer, serem de uma só espécie, alastrando assim com facilidade a manchas muito grandes», disse à Lusa Ribeiro Telles, também engenheiro agrónomo.
«Em qualquer caso, não só para os povoamentos florestais, como para os matos, como para qualquer situação», a dificuldade em fazer o cadastro dos terrenos e o abandono dos terrenos, o fim das atividades rurais, ajudam também a que o fogo se propague, indicou.
Já Pedro Cortes , especialista em planificação e defesa do espaço rural contra incêndios, aponta como razão estrutural para o fenómeno dos incêndios em Portugal a desativação dos sistemas agroflorestais, que passam a funcionar como rastilho.
«A primeira razão, que está no fundo e na raiz disto tudo, é a desativação dos sistemas agroflorestais, das práticas agrícolas e florestais, devido à inviabilidade económica de manter a atividade em grande parte do país, pelo menos no centro e no norte e nas zonas montanhosas», disse à Lusa o engenheiro agrónomo.
Na sua opinião, tal «leva a um processo de abandono dos terrenos, que deixam de funcionar como corta-fogos ¿ um terreno cultivado funciona para parar incêndios mas, quando é abandonado, há um desenvolvimento enorme das ervas, da biomassa, etc., e passa a funcionar como rastilho de incêndios, em caso da ocorrência de incêndios».
Por outro lado - indicou -, na parte florestal, deixaram de ser aproveitadas matérias-primas que tradicionalmente o eram como «a biomassa, os matos, etc.» e não apareceram alternativas para o seu aproveitamento.
«Os terrenos e a floresta têm andado, de um modo geral, bastante abandonados e, portanto, temos, por um lado, a parte agrícola que já não é corta-fogo e a própria floresta que tem acumulado cargas e cargas combustíveis de muitos anos de abandono», resumiu.
«Como é uma situação que começou há 20 ou 30 anos, mas que se vai acumulando todos os anos, o território está cada vez mais perigoso e cada vez mais propenso a incêndios descontrolados como aqueles a que temos assistido», defendeu.
Para Pedro Cortes, a solução passa, mais do que pela definição do ordenamento do território, «se aqui deve ser agrícola e aqui deve ser floresta», por fazê-lo «com viabilidade económica para os atores» que depois vão ter de manter esses terrenos.
Fonte:TVI24
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