Para o governante, este segundo pedido de relatório aos incêndios que lavraram no Algarve, em julho, não descredibiliza a ANPC, porque não se trata de fazer uma avaliação política, mas sim uma avaliação técnica.
No despacho que determina a realização do segundo relatório, o ministro determina que a avaliação «agora solicitada incida sobre todos os aspetos daquela ocorrência e formule recomendações e eventuais medidas corretivas a adotar no futuro».
«Eu entendi, depois de ler o relatório da proteção civil durante o fim de semana, que fazia sentido aproveitar estruturas conhecedoras deste tipo de realidades para aprofundar alguns aspetos contidos no documento», explicou o ministro à margem da inauguração do Centro Europeu de Documentação e Interpretação de Escultura Castreja (CEDIEC), citado pela Lusa.
Miguel Macedo esclareceu ainda que o pedido do segundo relatório não se deve apenas a uma vontade exclusiva do ministro da Administração Interna, tendo sido feito «por causa do país».
«O país pode vir a ganhar com o conhecimento mais profundo do que correu mal nos incêndios do Algarve para que, no futuro, as coisas decorram de forma completamente diferente», defendeu.
Contudo, o ministro da Administração Interna reiterou a confiança na ANPC realçando que, quando não existir confiança por alguma razão ou entender que as coisas não estão como devem estar, tomará uma decisão e mudará a situação.
«Um ministro não é comentador ou jornalista, pelo que aquilo que diz deve ter consequências e, no imediato, por isso, não posso fazer especulações sobre este tema, sobretudo, quando está em causa a proteção civil», frisou.
Os responsáveis, acrescentou, estão no comando há muito tempo e «enquanto lá estiveram terão toda a confiança», garantiu.
Miguel Macedo disse não ser «futurologista» e, assim, não poder adivinhar o que vai ou não acontecer na ANPC, depois de conhecidas as conclusões do segundo relatório, previstas para finais de setembro.
Por isso, realçou, não quer um «contra-relatório» da ANPC, porque esse contém informação «muito valiosa e útil».
O governante social-democrata adiantou, também, que prefere prestar esclarecimentos ao parlamento depois de ter as conclusões do segundo relatório, para que a discussão seja «mais informada e profunda».
«Mas, se o entendimento do parlamento for outro, irei antes. Nunca ninguém me acusou de não ter ido à Assembleia da República», recordou.
Fonte:TVI24
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