Está num impasse a entrada em funcionamento da Unidade de Cuidados Continuados de Vinhais. A obra está concluída há quase três anos, apresentando já sinais de degradação, mas não se perspectiva a abertura. Tudo porque foi extinto o Programa Saúde XXI, que se destinava à gestão dos fundos comunitários para a Saúde, no âmbito do III Quadro Comunitário de Apoio, e não concluiu a comparticipação. A unidade foi construída nas antigas instalações do centro de saúde, propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Vinhais, que tem agora uma dívida ao empreiteiro. “A Saúde XXI ficou de nos dar 500 mil euros, mas fechou a partir de Março de 2009 e nós é que ficámos com a batata quente”, refere o provedor, “porque só nos deu 230 mil”, acrescenta. “Depois começaram os problemas porque o empreiteiro quis receber e nós não tínhamos dinheiro”, afirma. O projecto estava orçado em 1,2 milhões de euros. Iria criar cerca de 30 postos de trabalho. António Alberto Rodrigues já bateu a várias portas, mas não vê luz ao fundo do túnel. “Na altura falámos com o secretário de estado e ministro da segurança social, depois foi com ministro da saúde e até o primeiro-ministro do governo socialista e nada nos foi resolvido”, revela. “As dívidas continuam a acumular e não vejo solução para o caso”, lamenta. Entretanto a instituição tentou estabelecer um acordo com uma empresa de capitais espanhóis, com sede em Chaves, para abrir a unidade de cuidados continuados. Mas a Segurança Social não autorizou. “Como a empresa estava interessada mandei um ofício à Segurança Social para que me fosse concedida a autorização de aluguer”, explica. “Responderam sete meses depois dizendo que não podia fazer isso porque já não eram necessárias mais camas de cuidados continuados no distrito de Bragança”, acrescenta António Alberto Rodrigues. Agora, a Santa Casa está a ponderar aproveitar o edifício para criar uma extensão do lar de idosos da vila. Mas para isso terá de haver remodelações. “Ainda vai ter de se gastar muito dinheiro. E para quem não tem nenhum, como é que faz?” questiona, salientando que “aquele edifício está impecável para servir como unidade de cuidados continuados, mas para lar tem de ser remodelado”.
Se a solução do lar for avante deverão ser criadas cerca de 40 vagas para idosos.
Escrito por Brigantia
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