A direcção da delegação de Bragança da Cruz Vermelha Portuguesa vai ser afastada pela direcção nacional daquela instituição.Uma exoneração que surge na sequência de alegadas irregularidades de gestão praticadas pela actual direcção.
O caso tornou-se público no início do ano através de cartas anónimas, que foram distribuídas por várias instituições, dando conta de pagamentos efectuados a pessoas imputadas ao Curso de Formação para a Inclusão, às quais se pedia que fizessem donativos à instituição, o que se considerava ser uma prática irregular.
Além disso, num dos casos, havia pagamentos efectuados a Cidália Queiroz, esposa do presidente da direcção, de forma irregular. Na altura, Joaquim Queiroz recusou-se a explicar a situação aos órgãos de comunicação social, mas acabou por fazer publicar na imprensa regional um comunicado em que dizia que se tratava de uma “campanha de difamação” contra a direcção da delegação de Bragança da Cruz Vermelha Portuguesa “colocando em causa a idoneidade e bom nome da equipa directiva”.
Agora esta direcção vai ser afastada pela direcção Nacional. A decisão foi tomada numa reunião que decorreu em Março e convocada a pedido do Conselho de Curadores da delegação de Bragança “a fim de serem esclarecidos sobre a veracidade dos rumores que circulavam acerca das práticas menos próprias ou menos regulamentares verificadas nesta delegação” pode ler-se na acta a que tivemos acesso.
A reunião foi convocada pelo presidente da Direcção Nacional de Cruz Vermelha Portuguesa que esteve representado pelo presidente da delegação de Vila Real. Além dos curadores, estiveram também presentes o secretário-geral da Cruz Vermelha Portuguesa e dois técnicos superiores daquela instituição que deram conta das auditorias feitas à delegação de Bragança.
Além dos alegados pagamentos irregulares na formação, referiram ainda “o desaparecimento do dossier pedagógico do Curso de Formação para a Inclusão” e a inexistência de um “relatório sobre a selecção dos formadores, como é exigido pelas normas que regem a administração destes cursos”.A acta acrescenta que, no decorrer deste ano, já foram devolvidos à instituição “três mil e tal euros” dos pagamentos feitos a Cidália Queiroz, “a fim de regularizar a situação irregularmente criada”.
Nesta reunião foi decidido, por unanimidade, “recomendar o afastamento da actual direcção da delegação, a fim de permitir que a serenidade e a legalidade regressem ao seio da instituição cujo bom nome não pode, nem deve ser posto em causa”.O afastamento foi confirmado à Brigantia pelo presidente da Direcção Nacional de Cruz Vermelha Portuguesa que adiantou que Fernando Freixo já foi indigitado para suceder na direcção da delegação de Bragança.“Brevemente haverá um conselho de curadores para proceder a essa indicação oficial. O nome foi indicado, mas haverá agora uma reunião para confirmar essa aproximação”, refere, acrescentando que “deverá realizar-se durante o mês de Agosto”.
Luís Barbosa salienta que o afastamento da actual direcção foi a solução encontrada para resolver o problema. “Algumas pessoas da direcção já se tinham demitido e outras colocaram o lugar à disposição”, afirma. “Regularizaram-se algumas situações e agora há possibilidade de dar continuidade aos trabalhos”, realça.
Contactado pela Brigantia, Joaquim Queiroz não quis fazer comentários ao assunto alegando ainda não ter conhecimento oficial da substituição.O indigitado, Fernando Freixo, também recusou prestar declarações antes do seu nome ser confirmado pelo Conselho de Curadores.
Escrito por Brigantia
1 comentário:
Enfim, e são pessoas como estas que se encontram à frente de instituições de bom nome como esta. Uma pena que destruam os valores e a missão de instituições como esta. É mesmo muito triste, pois há pessoas que dependem da solidariedade desta instituição que este senhor decidiu envergonhar.Um bem haja a quem lhe acabou com a "mama".
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