As federações de bombeiros transmontanas não concordam com o tratamento diferenciado de que beneficiam, desde ontem, as corporações da região de Lisboa e Vale do Tejo, onde a taxa de saída para o transporte de doentes não urgentes vai continuar a ser paga pela ARS daquela região segundo as regras anteriores a 1 de Novembro de 2011.Até essa data, em cada saída de uma ambulância todos os doentes eram pagos a sete euros e meio. Com as novas regras, apenas o primeiro doente é pago a sete euros e meio, sendo que todos os outros custam ao Estado 20% daquele valor, ou seja, um euro e meio. O acordo entre a ARS de Lisboa e Vale do Tejo e as corporações de bombeiros daquela região foi alcançado, ontem, após decretarem a suspensão do transporte de doentes não urgentes, em desacordo com o novo sistema de gestão para este tipo de operações. A suspensão acabaria por ser levantada ao final da tarde.Agora, há vozes de responsáveis pelos bombeiros de outras regiões do país a reclamar o mesmo tratamento.Os presidentes das federações de bombeiros transmontanas não criticam os colegas da região de Lisboa, mas acham que a haver alterações deviam ser de âmbito nacional e não regional.É o que pensa o presidente da Federação de Bombeiros do distrito de Vila Real, Alfredo Almeida.“Em todo o território nacional, os bombeiros têm uma missão idêntica e fazem o mesmo tipo de transportes, e se um acordo é estabelecido a nível nacional não faz sentido que os bombeiros de Lisboa tenham um preço superior aos que estão a praticar outras corporações” afirma, acrescentando que “esta questão vai causar algum mal-estar entre os bombeiros que não vão compreender porque é que uns têm este direito e outros não”. O presidente da Federação de Bombeiros do distrito de Bragança, Diamantino Lopes, afina pelo mesmo diapasão.“Qualquer acordo que seja alcançado deve ser extensível a todos os corpos de bombeiros do país” refere.Diamantino Lopes teme que o acordo alcançado ontem entre ARS e bombeiros de Lisboa e Vale do Tejo possa ser um precedente para que comece a haver acordos pontuais para resolver problemas de certas regiões.“Todos os bombeiros do país atravessam problemas complicados que resultam da quebra de receitas em resultado do transporte de doentes não urgentes e entendo que a haver negociações elas devem ser gerais, que cubram todos os problemas e não apenas os relacionados com situações pontuais” afirma.O presidente da Federação de Bombeiros de Vila Real lembra que a alteração às regras do transporte de doentes não urgentes está a prejudicar seriamente as finanças das associações humanitárias.“Esta situação já está a lesar muito os bombeiros nomeadamente as 27 associações do distrito de Vila Real que viram diminuído o número de serviços como as receitas, algumas na ordem dos 30 a 40%” refere.As federações de bombeiros transmontanas vão juntar-se à do Porto no pedido de uma reunião à ARS-Norte para discutir a situação complicada por que atravessam as associações humanitárias e pedir um tratamento diferenciado como o que está em vigor desde ontem na região de Lisboa e Vale do Tejo.
Resta então esperar por essa reunião para saber se apenas as corporações de bombeiros de Lisboa e Vale do Tejo terão direito a um tratamento diferenciado no pagamento do transporte de doentes não urgentes.
Escrito por CIR
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