Ser bombeiro é mais que realizar uma missão, é resgatar pessoas em situações de perigo, é salvar vidas.
Assim, o bombeiro da corporação de Macedo de Cavaleiros, Armando Augusto Fernandes socorreu os pedidos de ajuda dos outros ao longo de 45 anos e são sentimentos que ficam eternizados.
Armando Fernandes conta que ver morrer um jovem casal num carro em chamas foi o pior momento que viveu ao longo da sua carreira enquanto soldado da paz.
“Uma vez houve um acidente grande no IP4, começou a arder um carro e nós não conseguimos chegar lá e morreu um jovem casal. Na altura pensei, amanhã não sou bombeiro, foi o que me custou mais”, revela o bombeiro.
“Mas depois passa tudo, começamos a não ligar ao sangue, temos que fazer o serviço, não podemos estar ali com sentimentalismos porque isso em ação é perigoso. São muitas histórias, com colegas, em incêndios. O que me marcou mais foi esse, eu não conhecia as pessoas, nem de onde vinham, depois soube-se que eram um casal de namorados. Éramos 5 ou 6 mas já não fomos a tempo porque o impacto da explosão foi muito grande e ainda tive colegas meus que ficaram feridos, custou-me porque eu vi pelo vidro. Dessa vez arrependi-me de ser bombeiro, disse mesmo que no dia seguinte não ia mais, mas depois tudo passa”, expressa.
Ser bombeiro é sinonimo de dedicação, sacrifício e vontade em ajudar.
Ajudar a combater um incêndio urbano foi a primeira missão que motivou Armando Augusto Fernandes a ser bombeiro.
“Um dia fui a um incêndio urbano em Bragança, no ano que vim da tropa. Eu tinha carta de pesados, só havia um carro em Macedo mas não havia um condutor. O Barrigão que era bombeiro e mecânico disse ao comandante Pescadinha para eu levar o carro, porque eu tinha carta, levei-o para Bragança e trouxe-o”.
“A partir daí como não havia mais ninguém com a carta de pesados eu fui ficando. Eu às vezes dizia que gostava que alguém tivesse um azar só para eu ir socorrer, uma asneira brutal, eu não penso assim. A mim toda a gente me queria bem, as direções estimava-as como devia, depois cria-se uma categoria lá dentro e eu também estava muito apegado porque eram todos meus amigos”, sublinha, Armando Fernandes.
A missão é dura e exige grande espírito de sacrifício e entrega.
Armando Fernandes iniciou as ações humanitárias em 1968 e sublinha que a corporação de bombeiros de Macedo de Cavaleiros tem hoje, um grande potencial humano.
“Na minha opinião não é fácil mas há muita gente na nossa corporação que o faz. Tenho um sítio para trabalhar, conheço o material, dou-me bem com as pessoas, são eficazes e eficientes. Temos boa gente agora, coisa que não tínhamos há 10 anos, e hoje temos. Temos muita gente que sabe o que quer porque a educação é tudo. Agora o comandante já sabe mais para gerir um corpo destes, ao saber mais tudo se faz e se leva para um bom caminho”, enfatiza.
Testemunho de Armando Augusto Fernandes, Adjunto do Comando dos Bombeiros Voluntários da Associação Humanitária de Macedo de Cavaleiros, que foi recentemente homenageado com uma Medalha de Valor e Altruísmo, Grau Ouro.
Nasceu em Macedo de Cavaleiros a 20 de maio de 1943.
Começou a participar em ações humanitárias nos bombeiros em 1968.
Em 1977 foi promovido a bombeiro de 3ª, em 1981 a bombeiro de 2ª e em 1986 a bombeiro de 1ª.
Em 1992 foi nomeado adjunto do Comando. Em 1981 e 1984, a Liga dos Bombeiros Portugueses, atribuiu-lhe respetivamente a Medalha de Serviço Distinto, Grau Cobre e Grau Prata.
E em 1987 e 2004, pela mesma entidade, recebeu a Medalha de Assiduidade, Grau Ouro. Em 2011 foi
Fonte: Onda Livre
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