Uma região de terra queimada. É desta forma que se pode descrever o perímetro de mais de “14.000 hectares de terreno” pertencentes aos concelhos de Mogadouro, Alfândega da Fé, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta.
Em tempo de rescaldo daquele que foi considerado o maior incêndio do país este ano é possível ver uma enorme mancha pintada de negro numa paisagem que há poucos dias estava verdejante e em que as culturas da época seguiam o ritmo normal.
Agora, no terreno fica o lamento de quem tudo perdeu e muitas interrogações de como tudo aconteceu. Outros perguntam como foi possível que o incêndio tivesse atingido tais proporções. Já outros ficam incrédulos com os prejuízos que tiveram.
“O fogo queimou-me oliveiras e agora é preciso esperar alguns anos para que as árvores ganhem novamente vida. A colheita do azeite já está feita”, disse Manuel Dinis, um habitante em Carviçais, Moncorvo.
O agricultor gostava que toda a gente atingida pelo fogo pudesse ser ajudada. Porém, as certezas são muito poucas, na opinião do lavrador.
As críticas feitas por populares e autarcas à coordenação dos meios do terreno também não se fizeram esperar, apesar de terem estado cerca de 900 homens envolvidos no combate às chamas apoiados por 190 viaturas operacionais e nove meios aéreos.
“O que aconteceu aqui foi horrível. O fumo era imenso e o fogo andava depressa. Da contenda ficou uma corte queimada e morrem-me três cabras e 14 cabritos, duas mulas e cinco cães. Todas as máquinas agrícolas ficaram queimadas”, lamenta Isaura Vicente, uma habitante das Minas da Fonte Santa, no concelho de Freixo de Espada à Cinta.
Os fogos que tiveram início em Picões, no concelho de Alfândega da Fé, e na Quinta das Quebradas, concelho de Mogadouro, a 9 de julho, “afetaram mais de 14.000 hectares” no vale do rio Sabor e encostas envolventes.
Quem pastoreia os animais sabe o que os espera. Agora só resta aproveitar o que o fogo deixou no meio de um cenário desolador.
Já nas Quintas das Quebradas o fogo deixou um rasto de pânico, desespero fruto dos muitos milhares de euros de prejuízos que ficaram no terreno, numa aldeia que foi das mais afetadas. Aqui ardeu um pouco de tudo, desde automóveis a caravanas de campismo, instalações agrícolas e muitos animais morreram.
Os autarcas dos concelhos afetados preferem esperar para ver o que vai acontecer no futuro e as medidas que o Governo vai tomar para ajudar as populações.
Fonte:Mensageiro
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