sexta-feira, 12 de julho de 2013

Um dos Helicópteros KAMOV do Estado Está Avariado há Oito Meses

Helicóptero está estacionado em Ponte de Sôr desde Novembro. Estado notificou empresa responsável pela manutenção, mas Heliportugal diz que não tem culpa.

Um dos cinco helicópteros KAMOV do Estado está avariado em Ponte de Sôr desde Novembro do ano passado. E apesar de a fase Charlie - a mais crítica do combate aos incêndios - ter arrancado no início do mês, o problema técnico ainda não foi solucionado, porque a empresa contratada para fazer a manutenção dos helicópteros bombardeiros pesados e o Estado não se entendem.

Para a Empresa de Meios Aéreos (EMA) e a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), que gerem os aviões do Estado, a culpa de o KAMOV estar parado é da empresa Heliportugal, que detém o contrato para a manutenção programada dos meios aéreos. Mas a Heliportugal descarta quaisquer responsabilidades sobre o assunto. Depois da guerra que envolveu a contratação dos meios aéreos ligeiros para o combate aos incêndios - com o consórcio perdedor, liderado pela Heliportugal, envolvido em várias batalhas legais com a empresa que ganhou o concurso, a Everjets -, o caso do KAMOV parado há oito meses vem lançar nova polémica sobre os aviões do Estado.

O i sabe que a EMA notificou, ontem, a Heliportugal "para a necessidade urgente da resolução do problema técnico" do KAMOV - que é preciso, nesta fase, para o combate aos fogos. Na mesma comunicação, segundo fonte ligada ao Ministério da Administração Interna (MAI), a Empresa de Meios Aéreos alertou ainda a Heliportugal para a possibilidade de lhe vir "a aplicar as penalidades relativas ao não cumprimento do contrato" estabelecido com o Estado.

Já a Heliportugal - que ainda não tinha recebido a notificação ontem ao final da tarde - tem uma versão diferente da história e garante que o problema que impede o KAMOV de voar não é da sua responsabilidade, mas sim do EMA. Fonte da empresa contou ao i que em Novembro do ano passado dois pilotos da EMA tiveram um acidente com o helicóptero bombardeiro. "Bateram com as pás do KAMOV e desde então a aeronave tem estado parada", diz a mesma fonte. A Heliportugal acrescenta que não é da sua responsabilidade, em termos do que está definido no contrato com o Estado, fazer manutenções relacionadas com acidentes. "A empresa só tem de assegurar as manutenções programadas das aeronaves, mas mesmo assim emprestámos duas pás à EMA", acrescenta a mesma fonte. Segundo a Heliportugal, a Empresa de Meios Aéreos só encomendou as suas próprias pás em Abril deste ano. "E são encomendas que têm um prazo de entrega de 150 dias", explica a mesma fonte da Heliportugal, que descarta qualquer tipo de responsabilidade no caso: "O assunto é da inteira responsabilidade da EMA."

Contactado pelo i, o MAI confirmou que só quatro dos cinco KAMOV do Estado estão operacionais. "A Autoridade Nacional de Protecção Civil está a diligenciar no sentido de encontrar uma solução alternativa no mais breve espaço de tempo possível", respondeu o gabinete de imprensa de Miguel Macedo, escusando-se a mais comentários.

Os KAMOV do Estado chegaram a Portugal em 2007 e custaram perto de 105,5 milhões de euros. Em Junho do ano passado, o ministro da Administração Interna e o ministro da Saúde anunciaram que os meios aéreos do Estado iam passar a ser operados por privados e que os Kamov passariam também a fazer emergência médica.

Fonte: http://www.ionline.pt/

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