O novo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) considera que o Ministério da Administração Interna devia participar activamente nas negociações com o Ministério da Saúde sobre o transporte em ambulâncias de doentes não urgentes.
Jaime Soares e os restantes membros dos órgãos sociais da LBP tomam posse no próximo sábado, nas Caldas da Rainha, numa altura em que as associações de bombeiros atravessam um "momento muito difícil" sobretudo devido à redução de pedidos de transporte de doentes não urgentes e consequente "redução drástica nas receitas".
O recém-eleito presidente da LBP considera que esta situação está "afligir" as associações de bombeiros, estando muitas em falência técnica, a vender material e a despedir pessoas. Daí ser necessário, que o grupo de trabalho criado pelo Ministério da Saúde para encontrar uma solução para o transporte de doentes não urgentes apresente conclusões "urgentemente", adiantou.
O grupo de trabalho, que já realizou duas reuniões, integra representantes do Ministério da Saúde e da LBP. Mas o novo presidente da LBP defende que o Ministério da Administração Interna também devia estar presente nas negociações, tendo em conta que tutela os bombeiros e que o transporte de doentes não urgentes faz parte do socorro de emergência.
"Esta questão (transporte de doentes não urgentes) deve ter o acompanhamento técnico do Ministério da Saúde, mas deve ter sempre como protagonista o Ministério da Administração Interna, que tem que participar activamente nas negociações", disse à agência Lusa Jaime Soares.
"Se tutela os corpos de bombeiros, não pode estar desfasado do transporte de doentes e do socorro de emergência, que é uma actividade dos bombeiros", sustentou. Mas, "as dificuldades dos bombeiros portugueses não estão só no transporte de doentes", salientou o novo presidente da LBP, que reclama também por um novo modelo de financiamento "sistematicamente adiado pelos sucessivos governos".
Segundo a LBP, desde 2007 que as corporações de bombeiros estão a ser financiadas com uma solução provisória. Nesse sentido, Jaime Soares quer uma tipificação dos corpos dos bombeiros para que possam exigir ao Governo a consignação de verbas no Orçamento de Estado compatíveis com o exercício da sua função.
"A tipificação dever ser feita ao nível de municípios e não de corpo de bombeiros" e tem como objectivo criar "regras bem definidas" sobre aquilo que é necessário em termos de equipamentos, materiais e recursos humanos, explicou. Em Portugal existem mais de 30 mil bombeiros voluntários e cerca de 400 associações de bombeiros.
Fonte: CM
Sem comentários:
Enviar um comentário