Os bombeiros canarinhos, que fazem parte do dispositivo de combate aos incêndios florestas de primeira intervenção, estão parados nos centros de meios aéreos da Guarda e de Meda porque os helicópteros contratados ainda não chegaram. E não são os únicos.
A situação está a verificar-se em quase todo o País. Ao que o CM apurou, tudo se deve a um atraso – burocrático – no Instituto Nacional de Aeronáutica Civil (INAC) na credenciação dos pilotos em causa.
Um atraso que também se deve ao facto de a empresa vencedora do concurso lançado este ano pela Empresa de Meios Aéreos (EMA), para locação de helicópteros, ter alegado que não tinha tempo suficiente para reunir todos os veículos a tempo de integrarem o dispositivo da fase ‘Charlie’, que começou dia 1 e se prolonga até Setembro.
Perante este impedimento, a EMA notificou a empresa classificada em segundo lugar no concurso e foi obrigada a iniciar o processo de exclusão da primeira empresa. Este ano, em princípio, até dia 8 deste mês os meios aéreos estarão operacionais a cem por cento. A situação é tanto ou mais grave se tivermos em atenção que a fase ‘Charlie’, a mais crítica de combate a incêndios florestais, teve início na passada sexta-feira e o dispositivo montado pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) sofreu este ano, devido à crise que o País atravessa, um corte substancial. Só para a fase ‘Charlie’ os meios aéreos foram reduzidos de 56 para 41.
"Esta é uma situação preocupante porque põe em causa a intervenção no terreno e resta saber se a ANPC tem alternativas para esta situação", diz Fernando Curto, presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais.
Para Duarte Caldeira, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, esta situação não tem trazido problemas porque "ainda não houve registo de um incêndio com mais de oito horas, o tempo tem ajudado e numa urgência haveria certamente uma alternativa".
"PARA OS BOMBEIROS, A FORÇA AÉREA É MUITO BEM-VINDA"
"A Força Aérea é muito bem-vinda, tem é de ser coordenada no âmbito dos centros distritais de operações de socorro, para ter uma intervenção plena no combate aos fogos", defende Fernando Curto, presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais.
Na cerimónia comemorativa dos 59 anos da Força Aérea (FA), o ministro da Defesa, Aguiar-Branco, defendeu que a FA tem a experiência e os recursos para poder assumir "um papel determinante no combate aos incêndios florestais". Uma visão que é subscrita por Duarte Caldeira, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, para quem "é muito importante que esta reavaliação seja feita para que esta missão seja integrada no quadro de missões a atribuir à FA". A esta possível reavaliação dos meios aéreos não será alheio o facto de, apesar da criação da EMA, Portugal continuar a alugar meios aéreos no estrangeiro e em simultâneo, em situações graves, a FA é chamada.
Fonte: CM
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