O pai de uma criança de dois anos apresentou ontem uma queixa no Gabinete de Utente do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE) porque a filha ficou com um cateter alojado no pulso, alegadamente por ter sido mal retirado. A família pondera ainda avançar com uma acção judicial.
Na noite de quarta para quinta-feira, a menina, com dois anos e 10 meses, chegou ao serviço de urgência apresentando febre, tosse e expectoração. Ficou em observação durante a noite e acabou por ser internada no serviço de pediatria onde teve necessidade de receber antipiréticos por via venosa, através do uso de um cateter. Sexta-feira teve alta de manhã e antes de sair, o pai, Paulo Peres, acompanhou a filha à sala de tratamentos para retirar o cateter do pulso esquerdo.
Sem querer prestar declarações gravadas, Paulo Peres conta que viu “só uma pontinha cortada e a gaze com sangue. Ou seja a parte de dentro não saiu”. Pediu explicações à enfermeira que lhe terá respondido que teria caído para o chão”, mas Paulo Peres garante que não viu nada. Por isso exigiu que fosse feita uma radiografia.A criança acabou por ser transferida para o Hospital de S. João no Porto porque “já tinha o cateter no cotovelo”. E explica que a intervenção teve de ser feita noutra unidade porque os cirurgiões no Hospital de Bragança informaram que a intervenção teria de ser feita com recurso a anestesia geral e que se surgissem complicações não havia cirurgião vascular. No Porto, os cirurgiões também não conseguiram retirar o cateter porque segundo explicaram aos pais seria “demasiado fino e estava difundido com os tecidos”. No entanto, esclareceram que não causaria grandes problemas e que poderiam ocorrer duas situações: ficar lá para sempre e ser absorvido pelo organismo ou manifestar-se mais tarde através de um calo e aí regressar à cirurgia para ser removido.
Segundo Paulo Peres, os profissionais terão dito ainda que esta situação poderia ter resultado de um defeito do material e é isso que os pais da criança querem ver agora esclarecido. Os pais da criança apresentaram ontem uma queixa no Gabinete do Utente do CHNE porque querem apurar os responsáveis pelo sucedido. Mas ponderam também avançar com uma acção judicial.
Contactado pela Brigantia, o director clínico do CHNE não quis fazer comentários até haver conclusões de um inquérito que vai mandar instaurar. Sampaio da Veiga garante que a situação vai ser esclarecida. Segundo avançou, o processo de averiguações deverá estar concluído dentro de 10 dias e os pais serão os primeiros a ter conhecimento dos resultados.
Fonte: Rádio Brigantia
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