quarta-feira, 2 de junho de 2010

Reportagem JN - Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Bragança: Voluntários de profissão e profissionais de acção

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Bragança nasceu pela mão de um grupo de brigantinos que se dispuseram a ajudar a população. Começaram com pouco mais de duas dezenas de bombeiros, actualmente têm mais de 140.

Volvidos 120 anos, os Bombeiros Voluntários de Bragança (BVB) são considerados uma das corporações mais rejuvenescidas do país, a média de idades é de 24 anos, integrando também um grande número de licenciados. José Fernandes, 52 anos, major do Exército, comandante desde 2004, atribui o rejuvenescimento qualificado à vasta oferta formativa na área dos cursos de Saúde no distrito. "Muitos estudantes vêm para os bombeiros fazer uma aprendizagem mais prática", referiu.

O comandante está convicto de que os BVB se destacam em qualquer lugar. Lutam para estar entre os melhores. "Os segundos são os primeiros dos derrotados, queremos ser e estar entre os melhores, já demos provas disso", garantiu José Fernandes.

Várias actividades

Apesar de o trabalho dos bombeiros estar associado ao combate aos incêndios florestais, esta actividade ocupa apenas 5% da sua actividade. Fazem muitos outros serviços, nomeadamente, o socorro que os ocupa 24 horas, 365 dias por ano. "Não tem hora marcada, nunca perguntamos quem é, mas sim onde é, para chegar rápido", frisou. Há ainda a actividade de transporte e socorro de doentes do Instituto Nacional de Emergência Médica e apoio ao aeródromo. No Verão, levam água às aldeias quando há problemas de abastecimento, dispondo de quatro auto tanques.

Quando tudo falha, os bombeiros estão no terreno. No Inverno, quando caem nevões, o seu apoio é fundamental: distribuem refeições aos centros sociais, levam medicamentos a idosos e transportam pessoas para fazer exames médicos e tratamentos dentro e fora da região.

Os BVB estão ainda a dar apoio ao combate de incêndios em várias aldeias espanholas junto à fronteira, no município de Trabazos (Zamora).

2,5 milhões por ano

O orçamento anual da corporação é grande, "cerca de 2,5 milhões de euros", admite Rui Correia, presidente da Associação Humanitária. O dinheiro provém de protocolos com a Câmara, Autoridade Nacional de Protecção Civil, Santa Casa, mas a maior fatia, cerca de 70% do orçamento anual, é resultado do pagamento de serviços prestados. A direcção garante que não enfrenta dificuldades de maior. "Nunca se tem tudo, mas temos o necessário", afirmou José Fernandes.

Por GLÓRIA LOPES , JN

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