O voluntariado é a base do trabalho dos bombeiros do Distrito de Bragança, onde o número daqueles que prestam serviço nas corporações sem qualquer remuneração é, em média, seis vezes superior aos assalariados.
Os dados foram avançados à Lusa pelo presidente da Federação Distrital dos Bombeiros de Bragança, Diamantino Lopes, que garantiu que o trabalho é essencialmente voluntário entre as 15 corporações de bombeiros desta região.
De acordo com as contas do presidente da federação, muito do socorro e outros serviços prestados às populações é feito à custa do voluntariado, numa região onde o número daqueles que nada recebem pelo apoio rondará os 1.200 e os assalariados pouco mais de 200.
"A proporção é, em média, de 15 (assalariados) para 80 voluntários", afiançou, explicando que o quadro de pessoal remunerado das corporações de Bragança se resume a motoristas/socorristas, operadores de central e um funcionário administrativo.
Em quase todas as corporações existem também outros grupos profissionais, como as chamadas Equipas de Intervenção Permanente (EIP), mas que são pagos de forma repartida, através de protocolos estabelecidos com outras entidades do setor.
Diamantino Lopes garantiu que "mesmo os assalariados fazem muito trabalho voluntário" e participam em ações para além das funções a que estão obrigados.
A crise que o país atravessa e os cortes nos serviços de saúde, como o transporte de doentes, têm-se refletido, sobretudo nas corporações mais pequenas com a dispensa de pessoal a contrato e a não substituição de bombeiros aposentados.
O presidente da federação apontou o caso da corporação de Alfândega da Fé, que perdeu, nos últimos dois anos, dois funcionários dispensados no fim dos contratos e um reformado que não foi substituído.
Na maior corporação da região, a da capital de Distrito, Bragança, as dificuldades ainda não afetaram o quadro de pessoal.
O comandante José Fernandes garantiu à Lusa que "Bragança tem mantido o pessoal", com 34 pessoas no quadro de efetivos.
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