As corporações de bombeiros do distrito de Bragança deverão ter "em breve" equipamento para "protecção individual de quem combate as chamas", disse hoje o presidente da federação distrital, em declarações feitas à margem das cerimónias fúnebres do bombeiro Daniel Falcão.
Diamantino Lopes juntou-se a cerca de um milhar de pessoas que assistiram ao funeral do jovem bombeiro, que se realizou na sua aldeia natal, no concelho de Miranda do Douro, e no qual participou igualmente o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo.
"O equipamento deverá ser entregue em breve", disse o presidente da Federação Distrital de Bombeiros de Bragança, sublinhando que este equipamento "marcará a diferença na protecção individual de quem combate as chamas", afirmou.
"Houve já uma candidatura efectuada através das comunidades intermunicipais que representa a região transmontana para a sua aquisição, o que não acarretará despesa para os corpos de bombeiros", frisou Diamantino Lopes.
Daniel Falcão, 25 anos, pertencia à corporação de Miranda do Douro, tendo sido enterrado cerca de um mês após o incêndio de Cicouro, que acabaria, também, por vitimar António Ferreira, 45 anos, do mesmo corpo de bombeiros.
O operacional acabou por morrer ao início da noite da passada sexta-feira por falência multi-orgânica, elevando para oito o número de bombeiros que morreram na sequência do combate aos incêndios florestais este ano.
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Miranda do Douro iniciou um peditório para repor a viatura perdida no combate às chamas, na qual seguiam os dois bombeiros que morreram e outros três elementos da corporação.
"A viatura tem de ser substituída já que o seguro não cobre a sua reposição", disse o comandante da corporação, Luís Martins, sublinhando que os custos rondam os 150 a 160 mil euros e que a Autoridade Nacional de Protecção Civil só cobre 25 por cento desse valor.
Luís Martins sublinhou a "despedida comovente" a Daniel Falcão, "um bombeiro que estava sempre disponível".
"Foi ele que reparou a viatura que ficou destruída no incêndio. Fico para sempre com a imagem de um homem que não era preciso mandar-lhe alguma coisa. Ele fazia", enfatizou o comandante.
"O Daniel estava sempre na primeira linha de combate aos incêndios e fazia parte do quadro da associação há cerca de três anos e meio. Era um dos bombeiros mais experientes", disse.
LUSA/SOL
Sem comentários:
Enviar um comentário