Investigadores demonstram que há uma relação molecular entre o ritmo circadiano e a paragem cardíaca ou morte cardíaca súbita, oferecendo assim uma explicação para o facto de estes episódios ocorrerem com maior frequência durante a manhã, dá conta um estudo apresentado na 246th National Meeting & Exposition of the American Chemical Society (ACS).
A morte súbita cardíaca, causada pela instabilidade elétrica que provoca o batimento errático do coração e que interrompe o fluxo sanguíneo para cérebro e organismo, é a responsável por cerca de 325.000 morte anuais nos EUA.
Os investigadores da Universidade de Clevend, nos EUA, explicam que perante a fibrilação ventricular, a condição que causa morte cardíaca súbita, a vítima fica instantaneamente inconsciente e acaba por morrer a não ser que seja realizada uma reanimação cardiopulmonar.
“Na maioria dos casos não há uma segunda oportunidade. O primeiro evento é o último”, revelou, em comunicado de imprensa, um dos autores do estudo, Mukesh Jain.
Um dos maiores mistérios associados à morte súbita cardíaca está relacionado com a altura do dia em que esta condição ocorre.
Já há mais de 30 anos que os especialistas sabem que o batimento irregular do coração, responsável pela morte súbita cardíaca, ocorre com mais frequência em determinadas horas do dia, tendo um pico entre as 6 e as 10 horas da manhã.
Os investigadores sempre suspeitaram que havia uma associação entre a morte súbita cardíaca e o relógio biológico, localizado no cérebro.
Neste estudo os investigadores constataram que uma proteína, conhecida por KLF15, ajuda a regular a atividade elétrica do coração.
Esta proteína está envolvida na formação dos canais que permitem que as substâncias entrem e saiam das células cardíacas para que o batimento cardíaco seja normal e constante.
O estudo apurou que os pacientes com insuficiência cardíaca apresentavam níveis mais baixos desta proteína. Foi verificado que, em ratinhos, a KLF15 é a ligação molecular entre a morte súbita cardíaca e o ritmo circadiano.
Os investigadores observaram que animais com baixos níveis desta proteína tinham os mesmos problemas que os indivíduos com morte súbita cardíaca. “Desta forma os indivíduos com níveis baixos de KLF15 são os mais suscetíveis a estes episódios de morte súbita que ocorrem durante as horas da manhã”, disse o investigador.
Com base nestes resultados, os autores do estudo acreditam que o aumento dos níveis de KLF15, em pacientes com problemas cardíacos, poderá reduzir a ocorrência destas arritmias e morte súbita cardíaca. Os investigadores encontram-se atualmente a estudar fármacos que consigam de facto aumentar os níveis de KLF15.
ALERT Life Sciences Computing, S.A
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