O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) considerou hoje "muito importante" que o Presidente da República esteja atento aos problemas das corporações, que atravessam graves dificuldades financeiras.
"O Presidente da República disse que estava atento a estas questões. É mais do que suficiente. O mais alto magistrado da nação ouvir da forma que nos ouviu e com a atenção que nos ouviu para nós é muito importante", disse Jaime Marta Soares aos jornalistas no final de uma audiência com Cavaco Silva.
O conselho executivo da LBP esteve hoje reunido com o Presidente da República a quem transmitiu as dificuldades financeiras que muitas corporações de bombeiros estão a passar "fruto da incompreensão do Ministério da Saúde" (MS) no que toca ao transporte de doentes não urgentes em ambulâncias.
Jaime Soares adiantou que os cortes neste tipo de transporte estão a colocar muitas corporações de bombeiros "numa situação difícil e de rutura económico-financeira", podendo estar em causa a capacidade operacional em termos de proteção civil, nomeadamente combate aos incêndios florestais e prestação de socorro.
Sobre o regulamento do transporte não urgente de doentes, o presidente da LBP afirmou que não vê "horizontes muito felizes, nem luz ao fundo túnel tais são ainda as diferenças que há com o Ministério da Saúde".
Jaime Soares sublinhou que os bombeiros ainda podem encontrar uma solução para a tabela de preços, mas estão contra ao que chamam "transporte low cost".
A proposta do MS contempla a possibilidade das viaturas ligeiras serem autorizadas a fazer o transporte não urgente de doentes, desde que os motoristas façam uma rápida formação em suporte básico de vida e que as viaturas possuam um alvará conferido pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM)".
"Será tudo ao molho e fé em deus, é assim que querem transportar os doentes portugueses e nós isso não aceitamos", sustentou o presidente da LBP, acrescentando que os bombeiros fazem um transporte "de qualidade e altamente qualificado".
Jaime Soares disse ainda que terá que ser resolvido o problema da dívida de cerca de 22 milhões de euros do MS aos bombeiros no sector de transportes de doentes.
"Não estamos disponíveis para receber em prestaçõezinhas, admitimos que podemos receber em prestações, mas não em prestaçõezinhas como efetivamente está em cima da mesa", realçou.
A LBP estabelece o dia 12 de março como prazo de compilação de todas as contas e apresentação de toda a regulamentação relacionada com o transporte não urgente de doentes.
"Esta situação com o MS arrasta os bombeiros para a falência e depois faltarão na área da proteção civil", afirmou.
Fonte: Diário Digital
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