Incêndios no Parque Natural de Montesinho

Há quem muito se preocupe com os incêndios florestais que têm decorrido nas ultimas semanas, os Bombeiros quase não têm mãos a medir para tanta ocorrência, as autoridades estão no terreno, os donos dos terrenos (na maioria dos casos) utilizam fogo para limpar terrenos, mas quando arde tudo desviam responsabilidade e acusam quem os tenta apagar. Outros que deveriam ser parceiros no combate, podendo veicular informação preciosa na prevenção e proteção apenas pedem demissões.

O problema todo surge quando a serra de Montesinho arde quase completamente. Usam-se argumento turísticos, naturais, paisagísticos, mas realmente não me parece que se conheça bem Montesinho, deixando uma serra transformada num verdadeiro mito nos dias de hoje. Depois de apoderada por entidades, que visam apenas mistificá-la, os interesses deixaram a serra e o denominado Parque Natural de Montesinho (PNM) ao abandono.

Para desmistificar, desloquei-me á serra de Montesinho, a qual é o coração do PNM e lhe dá nome, e captei algumas fotos para perceber o que realmente incomoda alguma gente.

Para começar poderei falar na falta de arranjo dos caminhos. Depois da barragem da serra Serrada os caminhos são difíceis de fazer, com valas mal feitas, escoamentos de águas desordenados e mal construídos.

Responsabilidade: Não sei de quem é!

Cheguei à bem conhecida e lindíssima (antes) casa da Lama Grande, tinha conhecimento que a mesma era propriedade do PNM, cedida por aluguer, esse autorizado pela junta de freguesia de França ou pela comissão de Baldios de Montesinho. Mas reparem no espetaculo (triste) com que me deparei:

Esta casa tinha sofrido obras de remodelação há cerca de 2/3 anos, com arranjos e mobiliário novo. O mobiliário ainda se encontra todo com as etiquetas do ICNB. O resto está tudo destruído. A casa foi deixada ao abandono, assim como os anexos e áreas envolventes.

Montesinho é sobejamente conhecido pelas suas paisagens, fauna e flora, mas desde há muito que não se vê floresta. Algumas das árvores que restam, foram plantadas através de programas de apoio europeu, e hoje só há pequenos pinheiros secos de menos de meio metro e a grande maioria afectados por doenças ou parasitas.

Como se não bastasse, se o PNM não quisesse que os incêndios progredissem sem obstáculos já teria estudado uma forma de criar asseiros e corta-fogos, ou haver uma rede viária adequada e com largura suficiente para evitar progressão dos incêndios. Ou seja, não há ordenamento! Na imagem aérea poderá observar que ao longo de hectares não existem acessos ou zonas de contenção à progressão das chamas.

Responsabilidade: Acusam os Bombeiros de não apagarem incêndios e usarem táticas de conformismo.

Existem equipas de vigilância e 1ª intervenção na zona de Montesinho. Uns ficam à porta, outros até andam no terreno, com 4 a 5 incêndios em simultâneo e é difícil fazer um combate musculado a todos os incêndios, quer por estas equipas, quer por todos os agentes de proteção civil.

E já agora quanto contribuem os negócios privados, paralelos ao PNM para a prevenção e combate aos incêndios florestais? Zona Protegida? Só de nome, agora apurem então as responsabilidades e deixem os Bombeiros em paz no seu trabalho, que já ele não é tão pouco quanto isso!