quinta-feira, 8 de março de 2012

CHNE é o que mais demora a pagar às farmacêuticas

Centro Hospitalar do Nordeste é a entidade do Serviço Nacional de Saúde que mais tempo demora a pagar aos laboratórios farmacêuticos, em Portugal. Segundo os dados da Apifarma (Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica), relativos a Janeiro, o CHNE demora, em média, mais de dois anos a pagar.

899 dias, é o prazo médio que o Centro Hospitalar do Nordeste necessita para pagar aos laboratórios farmacêuticos. Os dados da APIFARMA dizem respeito a Janeiro deste ano, quando os hospitais de Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiros ainda tinham a gestão do Centro Hospitalar do Nordeste.

Recorde-se que, no final de Janeiro, foi nomeada a administração da Unidade Local de Saúde do Nordeste que para além dos três hospitais também passa a gerir os 15 centros de saúde do distrito de Bragança e três serviços de urgência básica. Se tivermos em conta, os números mensais avançados pela APIFARMA, desde Outubro até Janeiro, o CHNE aumentou em 180 dias o prazo médio de pagamento.

Aliás, pela primeira vez, o CHNE é o pior de todos os hospitais do SNS, ultrapassando a Unidade Local de Saúde da Guarda que vem logo a seguir na pior performance com 891 dias de prazo médio de pagamento.

Os hospitais públicos estavam a dever, em Janeiro, mais de 1.300 milhões de euros aos laboratórios farmacêuticos, mais 30 milhões do que no mês anterior.

O prazo médio de pagamento fixou-se nos 478 dias, tendo também crescido face a Dezembro (476 dias), mesmo assim praticamente metade do tempo que gasta o CHNE a pagar.

O Centro Hospitalar Lisboa Norte (Santa Maria e Pulido Valente) é a entidade que mais deve aos laboratórios (mais de 175 milhões de euros), desconhecendo-se o valor que o CHNE deve às farmacêuticas.

O prazo médio de pagamento aos laboratórios derrapou 105 dias face a Janeiro do ano passado, altura em que os hospitais públicos deviam 983 milhões de euros.

Os ministros da Saúde e das Finanças já disseram que será libertada a verba de 1.500 milhões de euros, proveniente da transferência de fundos de pensões da banca, para pagar dívidas dos hospitais às farmacêuticas. Esse pagamento começará a ser feito em Abril, mas o modo que será feito está a ser negociado entre o Ministério da Saúde e a Apifarma.
Escrito por Terra Quente (CIR)

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