sexta-feira, 2 de março de 2012

Habitantes das aldeias do Parque de Montesinho estão preocupados com os incêndios

Incêndios assim tão grandes, não obrigado! As populações das aldeias de Montesinho estão indignadas com o número de incêndios que esta semana têm devastado aquela área protegida.Dizem que afasta os turistas e acaba com a comida do gado Os distritos de Bragança e Vila Real têm sido os mais fustigados pelas chamas fora de tempo.

Esta é uma altura de queimadas e renovação de pastagens e o povo sabe disso.Mas o que é de mais, é fastio.Nos últimos dias, o Parque Natural de Montesinho tem estado a ser castigado por uma série de incêndios que já ali queimaram mais área do que no Verão. Só o da Lama Grande devastou mais de mil hectares.

Antero Pires tem um negócio ligado ao turismo na aldeia que dá o nome ao parque. E ficou desolado com tanto fogo. Diz que vai acabar por afastar os turistas. “Se ardesse qualquer coisa, e isso é mato, em pouco tempo, desde que venha chuva estará remediado o problema e até haverá mais pasto e evita mais incêndios no Verão…Agora da maneira que está a arder acho que poderá afastar os turistas”, afirmou.

Mais abaixo, na aldeia de França, Manuel é o único que ainda vai tendo gado. Tem umas cabras, que traz ali, à beira da estrada, enquanto aprecia, ao longe, o incêndio que durante toda a tarde de ontem consumiu 30 hectares de pinhal. Não está contente com o fogo porque diz que lhe rouba comida para as cabras.“Não comida para as cabras. Não dá jeito nenhum. Faz mal a tudo e à saúde da gente”, considera”.

Ao longo da estrada que liga, como um fio condutor, Bragança à fronteira com Espanha, de onde veio o maior incêndio desta semana, são vários os curiosos que vão assistindo às manobras dos bombeiros e do helicóptero que por ali combate as chamas. E também não gostam do cenário.“As pessoas não podem chegar aqui e deitar fogo a um sítio qualquer e arde o mato todo, que é de todos nós. Ainda ontem estive em Bragança e via-se por cima da barragem que ardeu tudo. Se o fogo entra por aqui a cima, temos de fugir todos”, referiu Carlos Couço.“Eu vejo toda a gente preocupada. Não me lembro de ver um fogo tão grande. Ouvi falar de um há 50 anos mas eu não estava cá”, acrescenta Antero Pires.

De propósito ou por acidente, a verdade é que, no distrito de Bragança, já ardeu quase tanta área entre Janeiro e Fevereiro como em todo o último Verão.
Escrito por Brigantia (CIR)

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