A câmara de Bragança faz uma avaliação negativa da criação do Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE).A posição está expressa num parecer que a Entidade Reguladora da Saúde pediu à autarquia tendo em vista a elaboração de um estudo sobre a criação dos Centros Hospitalares e que vai ser apresentado ao Ministério da Saúde.No entanto, o presidente, Jorge Nunes, não quis pronunciar-se sobre o assunto. O executivo municipal começa por destacar os aspectos positivos relacionados com o “desenvolvimento de projectos e programas de reorganização de serviços de acção médica, nomeadamente a concentração de serviços que anteriormente se repetiam pelos três hospitais que integram o CHNE, evitando assim eventuais perdas de eficiência e de recursos humanos”.Sublinha ainda “a importância da criação do Centro de Cirurgia do Ambulatório e da Unidade de Convalescença e Paliativos” considerando que “são uma mais-valia para a melhoria da saúde da população do Nordeste Transmontano”. Relativamente às infra-estruturas da Unidade Hospitalar de Bragança, o município considera que “de uma forma global, não foram resolvidos os problemas e constrangimentos provocados pela existência de instalações exíguas e desajustadas à nova realidade dos cuidados de saúde, dificultando a sua prestação, qualidade e eficiência”.Acrescenta mesmo que apesar de ser “a sede social da instituição e a que concentra mais de metade da população, é das três unidades, a que apresenta piores condições de conforto, segurança, privacidade e atendimento para os utentes, nomeadamente nos serviços do bloco operatório, meios complementares de diagnostico e terapêutica e internamento”. Por outro lado, entende que “perante a escassez de médicos e a dificuldade na sua contratação”, a câmara de Bragança considera que “caso a Unidade Hospitalar de Bragança tivesse evoluído física e tecnologicamente poderia ser um importante incentivo aquando da contratação de novos profissionais”.E acrescenta que “a manter-se o actual cenário de degradação das instalações e dos recursos tecnológicos, a classe médica continuará a preferir os hospitais do litoral para desempenhar a sua actividade profissional, dispondo de melhores condições infra-estruturais e equipamentos sofisticados para a prestação de cuidados de saúde de excelência. A autarquia cita mesmo dados do Instituto Nacional de Estatística, que dão conta de que em 2008, “o rácio de médicos por mil habitantes da área de influência do CHNE era de 0,81, valor abaixo da região Norte que apresentava 2,0 médicos por mil habitantes”.
Conclui dizendo que “os cidadãos do distrito de Bragança, caso necessitem, por exemplo, de uma consulta de dermatologia, têm de se deslocar ao Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, enquanto que para a realização de determinados exames terão que ser encaminhados para hospitais do Porto.
Fonte: Brigantia
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