quinta-feira, 16 de junho de 2011

Doentes chegam a esperar três anos e meio por consulta

A maioria dos utentes esperou por uma consulta hospitalar, em 2010, mais que o tempo máximo de espera garantida, existindo casos em que a demora foi superior a três anos e meio, segundo o Observatório dos Sistemas de Saúde.

De acordo com o "Relatório da Primavera" do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), que será hoje apresentado em Lisboa, até 31 de dezembro de 2010 estavam inscritos 1.406.555 doentes para uma consulta de especialidade hospitalar referenciada pelos médicos de medicina geral e familiar nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Destes doentes, 966.955 foram inscritos durante 2010 e 439.600 tinham transitado de 2009.

Ao nível das consultas, foram realizadas 627.128 (45 por cento de concretização), tendo transitado 613.042 inscrições para 2011, presumindo o Observatório que "o diferencial de 166.385 são pedidos de consulta, não considerados pelo sistema de triagem".

Relativamente aos doentes que, em 31 de Dezembro de 2010, aguardavam por uma consulta hospitalar, o tempo médio de espera, segundo a prioridade atribuída, variava entre 353,8 dias (Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo) e 636,4 dias (ARS Algarve) para os casos muito prioritários, entre 340 dias (ARS Centro) e 606,2 dias (ARS Algarve) para os casos prioritários, e entre 279,7 dias (ARS Centro) e 495,2 dias (ARS Algarve) para os casos classificados como normais.

Num universo de 497.090 doentes em espera, 62 por cento das respetivas consultas encontravam-se fora dos Tempos Máximos de Resposta Garantida (TMRG), sendo a espera média de 361,5 dias.

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