A caça também foi afectada pelo grande incêndio que este Verão destruiu mato e floresta nos concelhos de Torre de Moncorvo, Mogadouro, Alfândega da Fé e Freixo de Espada à Cinta.
A constatação é do presidente da Federação das Associações de Caçadores da 1.ª Região Cinegética. Castanheira Pinto não tem dúvidas que o incêndio teve um impacto negativo numa vasta área muito procurada por caçadores.“Teve bastante impacto, como sempre que existe uma situação em que há uma alteração profunda do coberto vegetal. E pelo próprio stress que é causado nas espécies na altura do incêndio e a própria possibilidade de elas não terem hipótese de fuga e acabarem queimada. É uma situação grave e com impacto na região e dada a sua extensão. Estamos a falar numa área com aptidão cinegética que se estende por cerca de 25 mil hectares”, frisa o presidente da Federação.
As chamas destruíram os habitats dos animais, nomeadamente perdiz, lebre, coelho bravo e javali. Ainda assim, a maior redução de efectivo regista-se no coelho bravo. Castanheira Pinto explica porquê.“O problema do coelho é que acresce à situação do incêndio a diminuição drástica do coelho este ano. Há um agravamento relativamente à hemorrágica viral, uma nova estirpe que foi detectada já em 2010 em França e só no ano passado e com grande impacto e grande incidência já este ano é que se tem vindo a fazer notar.
Há uma diminuição muito grande da quantidade de coelhos. Nós temos zonas onde não há coelhos”, realça Castanheira Pinto. A criação de condições para que as espécies cinegéticas voltem à zona queimada poderá demorar anos. Castanheira Pinto entende que o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas deveria ter uma atenção especial na recuperação desta zona. “Eu penso que o prejuízo é muito grande e o importante é que haja sensibilidade de quem de direito e das autoridades que aqui possam ajudar, nomeadamente a tutela da caça, concretamente o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, que poderá ter aqui um papel importante no sentido de apoiar as associações de caçadores, no sentido de minimizar os danos que foram causados”, defende o responsável.
Prejuízos avultados ao nível cinegético causados pelo grande incêndio que atingiu quatro concelhos do distrito de Bragança. Foi afectada uma vasta área onde não existem condições actualmente para caçar.
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