segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Portugal vai pedir apoio europeu por causa dos incêndios


A Protecção Civil portuguesa vai pedir o apoio do Mecanismo Europeu de Protecção Civil por causa da actual situação operacional em Portugal, onde o fogo mais preocupante continua a lavrar em Ourém, revelou nesta segunda-feira esta entidade em comunicado.

 Aquele mecanismo, segundo a página da Protecção Civil na Internet, destina-se a reforçar a cooperação em intervenções de socorro que exijam operações urgentes, quer dentro da União Europeia, quer noutros países.

Em termos práticos, este mecanismo pode, por exemplo, criar um Centro de Informação e Vigilância na Comissão Europeia para acompanhar o desenrolar dos acontecimentos e pronto a intervir imediatamente, assim como mobilizar “equipas de avaliação e de coordenação que poderão ser enviadas no mais breve espaço de tempo possível de acordo com as necessidades”.

“O Mecanismo Europeu de Protecção Civil foi já activado por inúmeras ocasiões de emergência real, sendo de destacar o sismo na Argélia (2003), as cheias no Sul de França (2003), o sismo no Irão (2003), o sismo em Marrocos (2004), os incêndios florestais em Portugal (2003, 2004 e 2005) e o tsunami no sudoeste asiático, entre outros”, destaca o site da Autoridade Nacional de Protecção Civil.

Na nota agora divulgada, a Protecção Civil adiantou que às 12h estavam activos nove incêndios em Portugal, que mobilizavam 1711 operacionais, 489 veículos e 13 aeronaves.

O incêndio que era considerado mais preocupante lavrava na freguesia de Ribeira do Fárrio, no concelho de Ourém, sendo combatido por 504 operacionais, ajudados por 151 veículos e quatro aeronaves.

Também preocupantes eram considerados os incêndios de Carapinha, no concelho de Tábua (distrito de Coimbra), o de Valongo do Vouga, no concelho de Águeda (Aveiro), e o de Serra, no concelho de Tomar (Santarém). 

O de Carapinha mobilizava 312 bombeiros, ajudados por 83 veículos e cinco aeronaves, o de Valongo do Vouga 221 homens, 64 veículos e três aeronaves, e o da Serra 153 operacionais, 41 veículos e uma aeronave.

Nível laranja até terça-feira

Devido à situação actual, a Protecção Civil elevou, até terça-feira, para o nível laranja, o segundo mais grave, o estado de prontidão das forças integrantes do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais, nos distritos de Santarém, Coimbra e Viseu.

Também foi decidido colocar em alerta Grupos de Reforço Ligeiro da Força Especial de Bombeiros em Proença-a-Nova e do Grupo de Intervenção, Protecção e Socorro da Guarda Nacional Republicana em Faro, além de um reforço do dispositivo de aeronaves de ataque inicial nos distritos de Leiria e Santarém.

De acordo com a Protecção Civil, neste domingo registaram-se em Portugal continental 324 incêndios florestais, que envolveram 7915 operacionais, 2146 veículos e 86 missões aéreas.

As previsões apontam que até quinta-feira as condições meteorológicas são altamente propícias à propagação de incêndios florestais, com baixa humidade relativa, associada a vento de nordeste quente e seco e moderado a forte com intensidades que podem ser da ordem dos 40 quilómetros por hora nas terras altas, com subida dos valores de temperatura máxima superiores a 30ºC.

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