O tempo não apaga memórias. As lembranças dos amigos, os risos de quem fazia o que mais gostava e a coragem de quem desafiou o fogo para salvar o que não lhe pertencia continuam a ecoar na cabeça dos que ficaram. Passou o verão, mas as saudades apertam. Amigos, todos bombeiros, recordaram ontem, na Sé Catedral de Viseu, os que partiram. Oito soldados da paz que foram traídos no combate aos fogos. Houve mais uma vítima, um autarca que também ajudava a travar as chamas assassinas.
"Cada bombeiro é único e não estamos preparados para a morte. Mas estamos unidos para continuar a nobre missão de ser bombeiro voluntário em Portugal", referiu Miguel David, comandante dos bombeiros de Carregal do Sal, uma das corporações que chorou a partida de colegas.
Lúcio Campos, Comandante Operacional Distrital de Viseu, falou de uma homenagem digna. "Eleva o espírito de sacrifício dos oito bombeiros que morreram em combate", realçou. O bispo de Viseu, que presidiu as celebrações, pediu para rezarem pelas almas dos bombeiros que deram a sua vida pelas causas que abraçavam. Ilídio Leandro lembrou que atualmente se vivem tempos de "egoísmo e ausência de princípios, e que cabe a cada um melhorar o mundo em que vivemos".
A iniciativa foi promovida pelo Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viseu e pela Associação dos antigos alunos dos seminários da Diocese de Viseu. Foram recordados os jovens Bernardo Cardoso, de 18 anos, e Cátia Dias, de 21, ambos da corporação de Carregal do Sal; Bernardo Figueiredo, de 23, do Estoril; Ana Rita, de 24, de Alcabideche; Daniel Falcão, de 25, e António Ferreira, de de 45, de Miranda do Douro; Pedro Rodrigues, de 40, da Covilhã; e Fernando Reis, de 50 anos, de Valença. Morreram todos no combate às chamas entre junho e setembro.
Fonte: Correio da Manhã
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