As 64 torres que constituem a rede primária de postos de vigia contra incêndios não têm manutenção há mais de seis anos. Segundo apurou o CM, muitas estão inclinadas por força dos ventos; outras têm graves fissuras no chão, que ameaçam a integridade física dos vigilantes da GNR que as ocupam todos os anos.
O contrato para a instalação de uma rede nacional de postos de vigia contra incêndios foi celebrado ainda no tempo do governo de Sócrates. Do total de 200 torres previstas, apenas 64 foram montadas, por falta de orçamento. Nesse contrato, estava estipulado que os equipamentos deveriam ter um acompanhamento técnico anual e uma manutenção de fundo a cada cinco anos. Nunca foi feita qualquer tipo de manutenção.
Para além das obras de manutenção, as torres de vigia deveriam ser equipadas com um sistema informático que permitira recolher informação meteorológica em tempo real, em particular sobre a velocidade e direção dos ventos, transmitindo-a aos bombeiros que combatem os fogos no terreno. A instalação destes sensores foi considerada muito importante pela Autoridade Florestal Nacional. Também estes equipamentos nunca foram instalados, por falta de dinheiro.
Depois da tomada de posse do governo de Passos Coelho, as limitações orçamentais do Ministério da Administração Interna impediram a ampliação da rede primária dos postos de vigia. Este verão, morreram oito bombeiros no combate aos fogos. Em muitos casos, foi a repentina mudança de direção de vendo e a falta de comunicação com os homens no terreno que foram fatais.
O CM questionou o Ministério da Administração Interna sobre a existência de verbas no Orçamento de 2014 para reparar e completar a rede primária de postos de vigia contra incêndios, mas até ao fecho desta edição não obteve resposta.
Fonte: Correio da Manhã
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