A relocalização do helicóptero de emergência médica com sede em Macedo de Cavaleiros tem levantado vozes contrárias a esta mudança, com acusações de ser uma medida...economicista. Importa por isso esclarecer a população sobre os motivos que levam o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a tomar esta decisão, fortemente ponderada e fundamentada, e que vai significar uma melhoria da resposta em emergência médica a muitos portugueses.
Este reajustamento dos helicópteros do INEM tem por base uma parceria entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Administração Interna (MAI), para uma melhor gestão dos recursos do País. Assim, dois helicópteros do MAI e três do INEM ficam dedicados à emergência médica durante oito meses do ano. Nos restantes quatro meses, em que tradicionalmente ocorrem mais incêndios, estas aeronaves do MAI servirão para o combate aos fogos, sendo nesta altura contratado pelo INEM um outro helicóptero para dar resposta às situações de emergência médica.
Neste âmbito torna-se necessário relocalizar os helicópteros do INEM em locais onde complementem a localização dos helicópteros do MAI, para que possam abranger o maior número possível de portugueses. É neste ponto que a relocalização do meio que atualmente tem a sua base em Macedo de Cavaleiros ganha especial importância.
Esta relocalização vai afetar parte do distrito de Bragança, não podemos negar. Mas, da mesma forma, significa melhoras significativas em muitas outras áreas da região Norte, Centro e Alentejo.
Ainda assim, e quanto à população de Bragança, garantimos que o helicóptero chegará às localidades do distrito num período máximo de 30 minutos de voo, tempo internacionalmente recomendado para a utilização deste tipo de meio.
Com a atual base situada em Macedo de Cavaleiros, o número de população situada num raio de 10 minutos de voo é de 45 mil habitantes. Com a relocalização do helicóptero em Vila Real, este número é mais do dobro: 100 mil pessoas.
É nesta grande diferença que assenta esta decisão, que não deve ser vista unicamente numa perspectiva regional, mas sim numa abrangência nacional. A relocalização servirá mais portugueses, muitos que residem igualmente em localidades longe dos centros urbanos e com menor acesso às unidades de saúde. É o caso das populações de Mesão Frio, Mondim de Basto, Santa Marta de Penaguião, Sabrosa, só para citar algumas.
Por outro lado, porque estamos apostados em melhorar a capacidade de resposta da emergência médica na região transmontana, os ganhos conseguidos com a parceria entre o INEM e o MAI vão ser aplicados em novos e importantes investimentos. Investimentos que, na prática, se revelarão mais úteis à população de Bragança.
A partir de 1 de outubro, o INEM vai reforçar o socorro no Nordeste Transmontano com a abertura de três novas ambulâncias de Suporte Imediato de Vida, com um enfermeiro e um técnico de ambulância, que vão prestar cuidados diferenciados. Estas ambulâncias vão estar localizadas nos Serviços de Urgência Básica de Mogadouro, Macedo de Cavaleiros e Vila Nova de Foz Côa.
Ao mesmo tempo, vão ser reajustadas as bases que se encontram em localidades em que existe uma duplicação de ambulâncias. É o caso de Miranda do Douro e Torre de Moncorvo, onde os bombeiros locais têm uma ambulância cedida por este Instituto e onde existe igualmente uma ambulância tripulada por profissionais do INEM. Assim, estas ambulâncias e uma terceira serão entregues aos bombeiros de outras localidades, onde não existem atualmente: Vila Flor, Alfândega da Fé e Carrazeda de Ansiães.
Bragança será assim o primeiro distrito do país em que todos os concelhos têm ambulância do INEM, com capacidade de resposta às situações de emergência. Refira-se também, porque é muito importante, que todas estas ambulâncias estão equipadas com um Desfibrilhador Automático Externo.
Com o reforço de ambulâncias no distrito de Bragança, a população ficará melhor servida em termos de emergência médica. Cada uma destas ambulâncias fará, previsivelmente, o triplo do número de assistências do que um helicóptero faz diariamente, salvando mais vidas.
Na emergência médica é essencial que exista, nos primeiros minutos, capacidade de prestar cuidados de Suporte Básico de Vida, garantidos pelas ambulâncias. O Suporte Avançado de Vida (garantido pelos helicópteros) só resulta se a primeira etapa da assistência tiver feito o seu papel com sucesso.
Na prática, e enquanto as ambulâncias se encontram a prestar assistência, caso a situação o justifique, o helicóptero estará a caminho. Os meios são acionados simultaneamente e conseguem chegar às vítimas no tempo adequado.
Preocupa-nos, naturalmente, as distâncias, mas preocupa-nos muito mais o número de pessoas que os meios de emergência conseguem socorrer. Esta é a solução que garante a todos os portugueses uma resposta em tempo adequado e que maximiza a resposta rápida a um maior número de pessoas.
Miguel Soares de Oliveira
Presidente do INEM
no facebook do INEM
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