quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Kits de Primeira Intervenção Considerados Essenciais Por Presidentes de Junta nos Incêndios

Os kits de primeira intervenção de que dispõem as juntas de freguesias foram considerados essenciais para evitar que várias habitações do concelho de Viseu fossem consumidas pelas chamas, durante o incêndio que hoje foi dominado.

Esta é a convicção de presidentes de freguesias que, desde segunda-feira, foram atingidas por um incêndio de grandes proporções, nomeadamente o de Lordosa, Carlos Correia.

“Para nós, o kit foi como pão para a boca. Salvámos mais de dez casas”, contou Carlos Correia, durante uma reunião do presidente da Câmara de Viseu com todos os presidentes de junta do concelho.

No seu entender, nalgumas freguesias justifica-se haver mais do que um destes kits, que são atrelados a viaturas das juntas de freguesia e têm um tanque com capacidade para 500 litros de água, uma motobomba e várias ferramentas.

Também o presidente da junta de Côta, Joaquim Polónio, afirmou que, “com um simples kit, que tem pouca capacidade, consegue resolver-se muita coisa”.

O autarca foi mais longe, sugerindo mesmo que, em épocas mais críticas, seja atribuída “uma viatura de primeira intervenção” a algumas freguesias.

“Não sei se não vou propor termos uma na minha freguesia. Era muito importante, principalmente nas freguesias que têm áreas predominantemente florestais”, considerou.

O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, disse à agência Lusa concordar com estas ideias, que pondera levar a uma reunião que irá ter com os responsáveis dos ministérios da Administração Interna e da Agricultura, na condição de líder da Associação Nacional de Municípios Portugueses.

“Deve ser feito um maior investimento nestes kits, sobretudo se houver pessoas, disponíveis para os usar, como foi o caso”, referiu.

Na sua opinião, a experiência de Viseu demonstrou que “vale a pena definir também meios como estes que são, em termos de custos, insignificantes”.

Fernando Ruas disse ainda não ter dados concretos sobre a área ardida nas freguesias do norte do concelho desde as 12:48 de segunda-feira, considerando apenas “foi um grande incêndio, ainda por cima numa zona florestal de excelência”.

“A opinião de uma pessoa que pertence à comissão de defesa da floresta é que arderam dez mil hectares. Espero que não sejam tantos, mas se for metade deste número é um valor impressionante”, referiu.

As chamas atingiram as freguesias de Cepões, Côta, Campo, Mundão, Lordosa e Calde e uma franja de Cavernães.

Durante a reunião, alguns presidentes de junta fizeram críticas à coordenação dos meios no terreno, nomeadamente à demora em chegarem aos locais onde havia chamas.

“Quem está no comando tem de ter sangue frio e ver o incêndio no mapa. Eu fiquei espantado com o grau de conhecimento que eles tinham”, respondeu-lhes Fernando Ruas.

O balanço dos prejuízos está ainda a ser feito mas, segundo informações prestadas pelos presidentes de junta, além da mancha florestal, arderam barracões, casas desabitadas e um anexo de um aviário onde se situava a instalação elétrica. No que respeita a casas habitadas, a indicação é de que apenas uma foi parcialmente atingida pelas chamas.

O incêndio deflagrou às 12H48 de segunda-feira, na Quinta da Sobreira e foi dado como dominado às 08H25 de hoje.
Fonte: asbeiras

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