Uma parturiente de Freixo de Espada à Cinta queixa-se de não ter tido assistência durante o nascimento da filha.
Acusa mesmo uma enfermeira do centro de saúde local de se ter recusado a acompanhá-la na ambulância por não receber horas extra. Tudo aconteceu a 30 de Abril, quando Ana Margarida recorreu à unidade de saúde da vila já com contracções.
Em declarações à SIC, conta que “chamaram a médica mas ela não foi, continuou a chamar os outros utentes e não me ligou. Puseram-me o soro, a enfermeira voltou a chamar a médica que se dirigiu a mim e me perguntou o que é que queria que me fizesse. Eu só respondi que chamasse a ambulância para ir embora”. O centro de saúde acabou por pedir uma ambulância de transporte de doentes à corporação de bombeiros de Freixo de Espada à Cinta para transportar a grávida para a maternidade de Bragança.No entanto, não teve qualquer apoio de um profissional de saúde.“Cheguei ao centro de saúde, vi que era uma grávida e perguntei se ia um enfermeiro mas disseram-me que não”, refere o bombeiro de serviço, Filipe Martins. Já a mãe da grávida, Maria Júlia, denuncia que “a enfermeira disse que não acompanhava a minha filha porque não lhe pagavam as horas extraordinárias”.
O pai da criança mostra-se indignado com a atitude da enfermeira.“Não teve brio profissional, não foi humana, não foi prestável e não dignificou a profissão que tem”, afirma Jorge Cairrão.
A criança acabou por nascer na viagem com a ajuda do pai e do bombeiro que revelam as dificuldades que sentiram.“Vi as coisas por um fio porque não havia assistência, nem meios nem condições. Só para ter uma ideia o cordão umbilical foi cortado com uma faca porque nem uma tesoura tínhamos” conta Jorge Cairrão. O bombeiro explica que “perguntei ao INEM se podia cortar com uma faca e eles autorizaram. Foi o que fiz”, conta Filipe Martins. O pai da criança acrescenta que “devia ter sido pedido o INEM e não a ambulância local porque não havia condições na ambulância para proceder a um parto”.Depois do parto já foi enviada uma ambulância do INEM para transportar a parturiente e a criança até à urgência Básica de Mogadouro, seguindo depois de helicóptero até Bragança.
Contactado pela Brigantia, o presidente do conselho de administração da ULS Nordeste diz que apesar de ainda não ter sido apresentada qualquer reclamação vai ser instaurado um processo de averiguações para apurar o que se passou.
Escrito por Brigantia
3 comentários:
É de lamentar que as queixas sejam só contra a enfermeira e não para a SRA DOUTORA,pois a corda parte sempre para o lao mais fraco. No meu entender as duas profissionais deveriam ser responsabilizadas, e depoia amdemiram-se por fecharem centros de saúde. Acho bem que comecem a fazer justiça para este e outros casos.
Se não pagam horas extraordinárias à enfermeira e se já tinha acabado o seu turno, porque raio havia ela de ir? Mas alguém no seu perfeito juízo, trabalha à borla?
eu ja fiz muitas horas extras e nunca recebi nada por elas e tb nao morri. Se apor azar acontecesse alguma coisa ao bebe queria ver de quem era a responsabilidade.. Deves ser funcionaria publica de certeza.
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