Mais de duas mil pessoas despediram-se de Pedro Rodrigues, bombeiro da Covilhã que morreu no combate às chamas. "Foi um herói", dizem colegas.
Os fogos destruíram-te a vida, meu filho." O grito desesperado de Carlos Alberto Rodrigues espelha o sentimento das mais de duas mil pessoas que ontem se despediram e participaram no funeral de Pedro Rodrigues, bombeiro da Covilhã que faleceu no combate às chamas na quinta-feira à tarde.
A igreja da Santíssima Trindade foi pequena para albergar os amigos e companheiros do bombeiro, que quiseram prestar a última homenagem a Pedro Rodrigues, de 41 anos. "Foi um herói que tombou em combate", desabafou, lavado em lágrimas, um camarada da corporação da Covilhã.
A missa de corpo presente foi presidida por D. Manuel Felício, Bispo da Guarda, uma cerimónia que decorreu em ambiente de dor e grande emoção. Agastado e revoltado, Carlos Rodrigues, pai do bombeiro, foi dos poucos a quebrarem o silêncio, com gritos de dor e desespero. "Não me deixaram ver o meu filho pela última vez", lamentou. Depois da missa, o cortejo fúnebre subiu até ao topo da cidade da Covilhã, para o cemitério. Às 17h00, o corpo do malogrado bombeiro desceu à terra sob o bater de palmas e ao som da sirene do quartel – ao qual respondeu muitas vezes para ir socorrer os outros.
Participaram na cerimónia o Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, e o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Soares.
Entretanto, mais de três mil bombeiros continuaram ontem a combater dezenas de incêndios que deflagraram sobretudo no Norte e Centro do País. A Proteção Civil registou mais de 180 ocorrências.
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