Estão a diminuir as queixas de violência doméstica no distrito de Bragança. De 2010 para 2011 houve menos queixas quer na GNR, quer no Gabinete de Apoio à Vítima, que agora está sediado na Associação de Socorros Mútuos dos Artistas de Bragança.
Os números foram conhecidos ontem, em Alfândega da Fé, numa acção de sensibilização para a prevenção da violência no namoro, da Liga dos Amigos do Centro de Saúde de Alfândega da Fé.Em todo o distrito, houve 259 casos, contra os 261 de 2010. Apesar de ligeira, esta diminuição acaba por quebrar uma tendência de subida que vinha acontecendo nos últimos anos.
Teresa Fernandes, a coordenador do Gabinete de Apoio à Vitima, explica que esta diminuição é fruto da maior sensibilização para o problema.
“A par do que as estatísticas das forças de segurança revelam, também temos tido uma diminuição, que pode ser explicada pelo trabalho de sensibilização, que leva as pessoas a saírem da relação abusiva e a tomar medidas, não passando pela apresentação de queixas. Tivemos menos quatro por cento de casos”, diz.
O recital que ontem se realizou em Alfândega da Fé procurou sensibilizar a população para a violência doméstica.Catarina Teixeira, coordenadora do projecto prevenir a violência, para uma saúde melhor, da liga dos amigos do centro de saúde de Alfândega da Fé, diz que a violência doméstica não é um fenómeno só de agora.“Sempre houve, mas agora, com maior informação, as pessoas procuram mais o serviço”, diz.
Entre os mais velhos, que estavam presentes na plateia e participaram no recital de poesia, a ideia é que antigamente os tempos eram mais violentos.
“No meu tempo, havia violência num sentido. Agora, há noutro. Antes, eram os homens que iam para a taberna e depois começavam a bater na mulher. Agora é com o álcool, com tabaco, com tudo”, diz Arnaldo Costa. Já Fernanda Costa diz que antes “os pais muitas vezes não queriam que as filhas namorassem com este ou com aquele e gerava-se também violência”, diz. Já Carlos Simões diz que “há uma diferença abismal” entre a violência de agora e a de há 50 anos. “Hoje não é nada que se pareça.”
Já entre os mais novos, as opiniões dividem-se.
“No namoro, é mais agora. Antes era mais nos casamentos, que eram mais fechados”, diz Cláudia Pires. Catarina Herdeiro diz que “antes havia mais”. Já Raquel Espírito Santos diz que “é igual”, mas “antes a mulher dependia mais do homem”. Por isso, não havia tantos casos de mulheres agressoras.
Um recital de poesia que pretendeu alertar para a violência doméstica em vésperas do dia dos Namorados. Escrito por Brigantia (CIR)
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